Apertem os cintos, os médicos sumiram!


Os jornais reportam, recorrentemente, matérias que destacam a falta de médicos nos prontos-socorros e hospitais da região. Não tenho certeza se o fenômeno é local, estadual ou nacional. A realidade com a qual vivemos é: faltam médicos, sobram pacientes.

Dias desses, passei na porta de um pronto-socorro e resolvi entrar. Não sentia algum problema de saúde premente ou mesmo dor de dente. Nada disso. Senti, sim, uma pontinha de saudade daquele lugar. Éramos felizes e não sabíamos, depois conclui. Trabalhara naquela unidade de saúde há uns bons anos.

Logo à entrada, na recepção ainda, encontrei muita gente reunida. Tive a impressão que se tratava de festa para São Cosme e São Damião, mas ao invés de balas e doces, comuns na tradição dos santos católicos, esperavam atendimento médico.

Olhei, com mais cuidado, e não vi ninguém com o semblante indicando dor aguda, se contorcendo ou sangrando. Questionei-me se naquele lugar ainda funcionava um pronto-socorro, ou seja, um lugar que presta atendimento médico de casos urgentes e emergentes. Só para lembrar, segundo o dicionário, urgência é significa “pressa, brevidade, necessidade imediata” e emergência “algo inadiável, iminente, situação crítica, de perigo, imprevista”.

Não foi isso o que observei. Conversei com os funcionários, apressados pelo excesso de trabalho, e quando perguntei sobre a enorme fila, a resposta foi uníssona: a população cresceu muito!

Quantos ali presentes tinham necessidades urgentes para serem atendidas? Qual o crescimento da população? As respostas são simples. Pouquíssimos tinham necessidades urgentes e, portanto, não deviam estar naquele serviço. E, pasmem senhores, a população de Santos não cresce desde a década de 80!

Por que, então, a saúde na cidade representa o calcanhar de Aquiles de qualquer Prefeito? Porque falta planejamento.

Falta entender que saúde é resultado de boas condições de moradia, educação, segurança e transporte digno. Falta entender, também, que assistência médica se faz a partir do entendimento das necessidades, que exige amplo levantamento, tecnicamente chamado de diagnóstico de saúde e epidemiológico da região.

Deve-se entender qual a procedência destes pacientes, para onde são encaminhados após o atendimento inicial, quais os principais motivos que os fazem procurar unidades de saúde ambulatoriais ou de urgência, quantos profissionais e suas especialidades são necessários para atender esta demanda. Deve ficar claro o papel social dos profissionais de saúde, quer sejam médicos, enfermeiros e administrativos. Talvez falte, ainda, vontade política.

Enfim, um amplo diagnóstico deve ser feito e muito trabalho há para ser realizado. Os princípios técnicos estão disponíveis, não são mais segredo para ninguém. A informática está acessível ao serviço público e a implantação tecnológica deve ser prioritária. Sem informação não existe planejamento, máxima conhecida por qualquer estudante universitário, e será com ela que a próxima administração municipal deverá trabalhar.

Construindo uma cidade saudável


Recentemente, o Programa das Nações Unidas para assentamentos humanos (ONU-HABITAT) lançou o relatório “A Prosperidade das Cidades”. No documento, fica clara a necessidade das pessoas envolvidas com o trabalho de desenvolvimento de explorar noções mais abrangentes de prosperidade e desenvolvimento. O ONU-HABITAT defende um novo tipo de cidade: a cidade do século 21, centrada nas pessoas, mais resiliente e harmoniosa. Para ajudar os tomadores de decisão a criar políticas claras de intervenções nos municípios, identificar oportunidades e áreas potenciais para a prosperidade, foi criado o “Índice de Prosperidade da Cidade”, que mostra o desempenho das cidades em cinco áreas chave: produtividade, infraestrutura, igualdade, qualidade de vida e sustentabilidade ambiental.

Estes são esforços de especialistas de todo mundo em criar um ambiente saudável de convivência entre pessoas que residem em espaços urbanos já saturados, com altas densidades demográficas, onde o senso comum às relaciona à criminalidade, agressividade, trânsito caótico, baixa expectativa de vida, etc.

Quando pensamos em cidade saudável, nos vem à mente uma cidadezinha do interior, a pracinha, o riacho. Mas o que é saudabilidade de uma cidade? A cidade é feita de pessoas, que lá vivem, cujas características emocionais e, até o sotaque, é determinado, em boa medida, pelo lugar onde ela esta inserida. Os mineiros das montanhas das gerais falam “uai”; o paulistano, da garoa, é mais introspectivo; o baiano, da quente e calorosa Salvador, fala mole e cheio mandinga. Assim, a localização geográfica vai impondo características às pessoas, que, por sua vez, constituem o espaço urbano.

Do ponto de vista histórico, somos um país jovem, de formação urbana recente. O que não impede de termos mais de 50% da população habitando centros urbanos. Sem planejamento, o brasileiro ocupou as cidades desordenadamente. Com municípios saturados, os mais pobres se fixaram na periferia, na maioria das vezes em situações de alta vulnerabilidade. Distantes do centro, o deslocamento dos cidadãos para os locais de trabalho exigiram transporte, construção de escolas, creches, postos de saúde, entre outros.

Hoje estamos diante do grande desafio da construção de uma cidade saudável para o século 21. O cidadão deve estar no foco principal, mobilidade deve ser preservada, assistência médica e educação devem estar próximas aos locais de moradia.

Não é uma tarefa fácil. Copenhague, capital da Dinamarca, está atingindo esse patamar. Espera-se, até 2025, zerar a emissão de gás carbônico, trabalham fortemente na redução do número de carros e privilegiam ciclovias, famosas no mundo todo por apresentarem diversas possibilidades de deslocamento, permite, assim, que mais da metade dos moradores vá de bicicleta ao trabalho.

Cidade saudável não é mais sinônimo obrigatório de pracinhas e riachos, mas aquela em que pessoas são prioridades, na saúde, educação, transporte, moradia e lazer.

A cidade saudável deve ser o local em que vivemos e é nesta direção que devemos trabalhar.

Santos 2020


São Paulo apresentou projeto urbanístico chamado SP 2040, que prevê construção de uma cidade mais saudável nas próximas décadas. Baseada nos princípios recentemente divulgados pelo programa de Assentamentos Urbanos da ONU (ONU-HABITAT), impõe a necessidade da elaboração de planejamento urbanístico voltado às pessoas, partindo de princípios de boa gestão pública e decisões democráticas. Deve-se, assim, maximizar os benefícios sociais e atenuar os potenciais impactos negativos de cidades com alta densidade demográfica.

Foram realizadas inúmeras reuniões técnicas e audiências públicas, com a participação de mais de 25 mil pessoas no processo. São Paulo se mostra disposta a dar uma guinada em meio ao seu caos urbano, gerador de desigualdades, doenças biológicas e sociais. O projeto SP 2040 pretende garantir a todo morador um trajeto de casa para o trabalho de, em média, 30 minutos. Outras ações são integrar rios à cidade e à sua paisagem, melhorar a qualidade de vida nas favelas e regiões de risco, garantir que cada morador tenha acesso a áreas verde em, pelo menos, 15 minutos a pé de sua casa. Outro objetivo é criar polos de oportunidade descentralizados facilitando os deslocamentos de trabalhadores.

Trazendo este conceito para nossa realidade, Santos tem alta densidade demográfica e seus indicadores sociais estão muito aquém de sua grandeza econômica. Em relatório divulgado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), 46% das habitações em encostas estão classificadas como de risco para seus moradores. Nos últimos 10 anos, a população residente em regiões de alta vulnerabilidade cresceu em 79,1%. Engarrafamentos já fazem parte de nossa rotina e as políticas públicas na área de habitação estão longe de privilegiar a população menos favorecida.

Para a construção da “Cidade do Século XXI”, como quer a ONU, o planejamento deve garantir oferta futura de terra adequadamente planejada, com soluções acessíveis de desenvolvimento. Redução do risco de assentamentos informais espontâneos (leia-se: favelas). Atenuação dos efeitos do crescimento urbano e especulação da terra. Otimização do uso da terra e aproximação da população com oportunidade de emprego. Menos consumo de energia e menor emissão de carbono. Maximização do uso de infraestrutura existente e desenvolvimento de novas alternativas, de forma que compense os custos.

Diante das dimensões de nossos problemas e havendo vontade política, em oito anos viveremos em uma nova e revigorada Santos. Até lá!

Por que devemos votar?


As eleições municipais terminaram há mais de dois meses. Os prefeitos e vereadores que comandarão as cidades brasileiras até 2016 já estão definidos. Muitos partidos ganharam, outros perderam. Uns subiram, outros desceram. Políticos foram glorificados, outros nem tanto. Tudo muito comum, em se tratando de eleições.

O fato novo deste pleito foi o alto índice de abstenções. Em todo o país, o índice chegou a 16,41% no primeiro turno. Já no segundo turno, 19,11% dos eleitores não compareceram para exercer o direito do voto.

Em Santos a abstenção foi de 18,08%. Foram 59.583 eleitores que não participaram do processo eleitoral. Se contarmos a quantidade de votos brancos e nulos, também não válidos, chegamos ao preocupante número de 24,14%. De 329.643 eleitores, mais de 79 mil optaram por não contribuir com a escolha de candidatos. Isso significa a ausência de um em cada quatro santistas.

Os motivos para essa evasão eleitoral podem ser muitos. A corrupção é o principal deles, apontado por pessoas com quem conversei. Os sucessivos escândalos protagonizados por políticos afastam os cidadãos da vida política, sob alegação de que todos são “farinha do mesmo saco”. As alianças políticas duvidosas, com intuito de perpetuar-se no poder, foram citadas, também, como indício de descrédito no processo eleitoral.

Afinal, por que devemos votar?

Este foi o oitavo sufrágio consecutivo para escolha de prefeitos e vereadores, após a obscura Ditadura Militar no país (1964-85). No período já elegemos seis prefeitos diferentes, dos mais variados perfis. De experientes a jovens, de técnicos a políticos, de promissores a comprovados. Se as escolhas foram corretas ou não, fica a critério de cada cidadão. O mais importante é que nós, santistas, fomos responsáveis pela definição de quem comanda a Cidade.

Durante os 20 anos sem autonomia eleitoral, o povo santista sonhava com a possibilidade de decidir quem seriam seus representantes na condução do Poder Público. Alguns perderam a vida, outros perderam familiares. Uns foram torturados, outros foram perseguidos. Todos, lutando pelo ideal de participar de forma ativa da vida política da Cidade, do Estado, do País.

O que percebemos hoje é a banalização do voto. Tornou-se apenas uma obrigação, não é tratado como ferramenta de mudança social. Os cidadãos buscam qualquer tipo de assunto para conversar, desde que não envolva política. Preferem temas individualistas, voltados ao consumo desenfreado e insustentável. É alarmante a evolução deste sentimento de ojeriza em relação às Eleições.

Os partidos políticos deveriam ser os responsáveis pela organização destes movimentos de conscientização do voto, mas preferem negociatas para determinar quais cargos podem arregimentar no próximo pleito. Omitem-se em fazer política durante todo o tempo, limitam-se apenas ao período eleitoral, o que é visto como oportunismo pela população.

Daqui a dois anos teremos novas eleições, desta feita para decidir quais serão os comandantes nos níveis estadual e federal. Espero, de forma efusiva, que nossos cidadãos participem de forma ativa e ajudem-nos a escolher os melhores representantes para mais quatro anos.

Os filhos estão indo embora


Em tempos de pré-sal e proliferação de arranha céus luxuosos, a política habitacional implementada em Santos, na última década, impediu a fixação de nossa juventude na cidade, ao contrario do que se poderia imaginar.

Neste processo, existem algumas incoerências a serem tratadas. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que no período de 2000 a 2010, a população de Santos teve acréscimo, somente, de 1.417 habitantes. Significa aumento populacional de 0,4%, bem abaixo da média nacional (12,5%) e estadual (11,6%). No entanto, o Banco de Dados do SUS (DATASUS) indica o nascimento de 54.264 pessoas na cidade, contra 39.150 óbitos no período. Em um cálculo simples, caracteriza-se aumento populacional de 15.114 habitantes.

Então, para onde foram os cidadãos que nascem santistas, mas que aqui não ficam?

O crescimento vegetativo, a diferença entre nascimentos e mortes, foi compensado pelo saldo migratório, como bem ensina o professor Daniel Vasquez, organizador do livro “A questão urbana na Baixada Santista”. A obra esmiúça informações demográficas e demonstra a estagnação populacional em Santos. A hipótese apresentada é que ocorreu fluxo migratório na Baixada Santista, com os cidadãos rumando em direção à Capital ou outras regiões do Estado.

Na década de 90, a justificativa para o êxodo da população santista era a diminuição da oferta de empregos no Porto e, também, no Polo Industrial de Cubatão. Passados vinte anos, a situação é outra! Apesar da perspectiva de crescimento econômico, o mercado imobiliário e as políticas públicas acabam por expulsar a juventude da cidade, especialmente os jovens com menor poder aquisitivo.

Desde o início do chamado boom imobiliário, 80% dos novos empreendimentos foram construídos nas áreas mais nobres da cidade. Somente 6% de novas construções ergueram-se na Zona Noroeste e nos Morros. Estes dados apontam a permissão de acesso aos novos apartamentos apenas às famílias de alto padrão econômico. Este perfil de crescimento obriga famílias menos abastadas financeiramente a procurar áreas menos valorizadas, empurrando os que ocupavam as regiões intermediárias para imóveis ainda mais distantes, fora dos limites da cidade quase sempre. Assim, explica-se o grande crescimento populacional nas demais cidades da Baixada Santista.

A lógica do mercado imobiliário é o lucro. Com isso, o Plano Diretor do Município precisa ser reavaliado com extrema urgência. Por meio de coeficientes de aproveitamento por tipo de imóvel e região. Pode-se incentivar, por exemplo, a construção de moradias de padrão médio e popular, atendendo as necessidades da população, cujos rendimentos médios são de R$ 1.715,00 por pessoa. Cabe, portanto, à classe política fazer as escolhas certas.

O quinto dos infernos de novo!


A chegada de Pedro Alvares Cabral ao litoral brasileiro, em abril de 1500, representou para Portugal grande feito, em relação às disputas com a Espanha entorno dos territórios descobertos no Novo Mundo. No período inicial, portugueses dedicaram-se ao extrativismo do pau-brasil, valiosa madeira cuja tinta vermelha era comercializada na Europa. Tempos depois, veio o Ciclo do Ouro, com a descoberta de grandes jazidas do precioso metal nas Minas Gerais.

Para defender os interesses econômicos, a Coroa portuguesa instaurou imposto sobre a extração do ouro. A cobrança era de 1/5 de todo o minério extraído em terras brasileiras, ficando a taxa de 20% chamada de “quinto”. Tal como nos dias de hoje, a população esbravejava contra essas iniciativas, eternizando a expressão “quinto dos infernos”.

Daqui, os portugueses extraíram madeira, cana de açúcar, café, algodão, ouro e inúmeras outras riquezas, porém não ficaram ricos. Utilizaram os recursos para pagar bugigangas adquiridas na Inglaterra e garantir proteção militar. Portanto, uma relação nem um pouco alvissareira. A história é importante para que não cometamos os mesmos erros do passado. O aprendizado nos demonstra como podemos construir um futuro mais seguro.

Vivemos a expectativa de um novo ciclo de exploração de riquezas naturais. As bacias de petróleo e gás do pré-sal são promissoras e poderiam servir de impulso à construção de uma nova nação. Pena que a Câmara dos Deputados não pense desta forma. Ao invés de canalizar os vultosos recursos para áreas como educação, optaram pela decisão de pulverizá-lo. Caem, assim, no mesmo erro dos países árabes. Poderiam seguir o belo exemplo da Noruega, que utilizou a riqueza na valorização das pessoas e investiu no conhecimento.

Ao tomar esta decisão, nossos representantes optam pelas obras faraônicas, em detrimento do saber. Agem como colonizadores da idade moderna, que sugam nossas riquezas, nos empobrecem e nos privam do desenvolvimento. Resta-nos esbravejar com os deputados, evocando a prática dos nossos antepassados de mandar tudo para o quinto dos infernos.

AT REVISTA aborda os ALIMENTOS ORGÂNICOS  em sua última edição de domingo. Vejam a nossa participação na matéria.




Etiqueta, higiene e legislação

Etiqueta é a norma de comportamento social que atravessam gerações. Estes atos muitas vezes são motivo de chacota pela classe média urbana brasileira, talvez pelo fato dessa preocupação datar do século XVII, entre aqueles que frequentavam a corte francesa. Portanto, é comum às pessoas relacionarem-na com “frescura”, em função de alguns exageros cometidos, principalmente, por pessoas que incorporam uma expectativa de classe maior do que realmente seus contracheques o suportariam.

Existem normas que somos obrigados a cumprir, para sermos aceitos por um determinado grupo, independente da classe social a qual possamos pertencer. Skatista ou roqueiro, médico ou advogado, classe A, B ou C, não importa, deve-se acompanhar determinados cerimoniais, rituais e regras de comportamento. As regras mudam com o passar do tempo. O tolerado socialmente em determinada época, não será aceito em outra.

Lembro-me quando éramos obrigados a pedir benção aos nossos pais e avós, mesmo que não entendêssemos o significado daquilo. Era exigência que meu avô, português, não abria mão. Ao contrário, oferecia sua mão para o beijo e o pedido de “benção, Vô”. Hoje, na iminência de me tornar avô, jamais pensaria em agir como tal.

E palitar os dentes à mesa, após as refeições? Recordo de uma tia, rica, que deixava o paliteiro de prata sobre a mesa. Chiquérrimo! Os mais refinados ainda colocavam uma mão sobre a outra, de modo que escondesse sua intenção. Que coisa horrível. Deselegante! É o que diríamos hoje diante de uma situação destas. Quem não se lembra daquela modelo com o rosto estampado na embalagem da marca Gina de “palitos roliços de madeira”. Há pouco tempo, um desses programas de escracho, que se intitulam humorísticos, descobriram o endereço da moça, hoje uma anciã. Fizeram de tudo para entrevistá-la, mas ela se negou, peremptoriamente. Talvez porque não desejasse ver sua imagem associada a hábitos hoje tão desaprovados.

Porém, a história não parece ser muito bem essa, não! Ao menos para os vereadores de nossa Câmara Municipal que promulgaram lei exigindo que os palitos sejam embalados individualmente.

Além do aspecto cerimonial, palitar os dentes é resquício de práticas comuns entre os nossos antepassados, o que se explica pela ausência, à época, de fio dental, escovas de dente, dentifrícios e profissionais especializados no tratamento bucal. Dentistas reprovam tal prática por facilitar a entrada de bactérias e fungos na gengiva podendo causar ou agravar infecções, além de ferir a gengiva e causar gengivite.

Estou fazendo uma pequena enquete no Facebook. Quero saber se alguém palita os dentes em público. Até agora todos os que se manifestaram não praticam essa flagelação. Então, concluímos, facilmente, que atualmente é considerado feio e deselegante palitar os dentes, costume desaprovado pelos dentistas.

Será que nossos vereadores palitam os dentes à mesa após as refeições?!

Argh... Que desagradável!

Santos de Rosa



         Durante todo o mês de outubro, vimos a cidade vestida de cor de rosa. Desde a Fortaleza da Barra até a Pinacoteca Benedito Calixto. Tal iniciativa teve como objetivo chamar a atenção das mulheres para a necessidade de realizarem o exame de mamografia como medida eficaz para a prevenção do câncer de mama.

         O movimento “Outubro Rosa” teve início em Nova Iorque, nos Estados Unidos, em 1990. Depois, outubro se tornou o mês de prevenção do câncer de mama, em todo o território norte americano.

         Pelas nossas bandas, o movimento vem se tornando mais popular a cada ano. Testemunhamos várias manifestações por toda a cidade, destacando-se uma caminhada na Avenida da Praia, com a participação de centenas de pessoas, especialmente mulheres.

         O Brasil é um dos países com a maior participação de trabalho voluntário no terceiro setor, as assim chamadas Organizações Não Governamentais – ONGs. São milhares destas instituições espalhadas por todo o território nacional, abarcando milhões de voluntários. As entidades visam ocupar espaço de colaboração com o poder público, o primeiro setor, que deveria tê-las como aliadas em suas ações.

Porém, nem sempre é isso o que acontece. O Governo do Estado de São Paulo realiza a Semana da Saúde da Mulher no mês de março! Pasmem! Da mesma forma, não foram realizadas ações da Secretaria de Saúde Municipal, contemplando a manifestação rosa contra o câncer de mama. Vi um ônibus do Hospital de Barretos, trazido pelo ONG Orienta Vida, equipado com mamógrafo, subutilizado na Zona Noroeste. Com programação ajustada para ficar na cidade por 30 dias realizando mamografias, fez, por falta de pacientes, apenas 13 exames em três dias. Resultado: foi embora da cidade.

         Será que essas ações estão sendo voltadas para o público correto? A melhor estratégia seria levar a passeata da praia para os cantinhos mais pobres da cidade, onde a miséria esta instalada? Tenho a impressão que prevenção de doença, manutenção e recuperação da saúde estão estreitamente ligadas à educação.

         Não existem bons índices de saúde em uma população sem informação e cultura. Informação, neste caso, significa a transferência de conhecimento científico com o objetivo de criar, entre os cidadãos, a cultura de prevenção.

         Coordenando ações, o poder público em parceria com as ONGs e, porque não, com a iniciativa privada, poderão prever as ações de combate ao câncer de mama fazendo diagnósticos das necessidades. É de suma importância aferir o impacto dessas medidas e manter a oferta do exame de mamografia durante ano todo, dentro da perspectiva de direito da mulher em cuidar da saúde.

Mal de Alzheimer, uma doença e outras histórias
Por Marcio Aurelio Soares *


   O Alzheimer é uma doença crônica, progressiva e letal, descrita, a primeira vez, pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer. Inicia-se com perda da memória, confusão mental, irritabilidade e agressividade, até que evolui, em sua fase terminal, para a incapacidade total de desempenhar as mais simples tarefas, mantendo os pacientes acamados até a morte, o que, em geral, acontece de 8 a 10 anos depois de seu diagnóstico. Calcula-se que no Brasil existam cerca de 1 milhão de doentes diagnosticados.

     Por seu caráter demencial, é uma doença que atinge e exige o compromisso da família, diretamente, envolvida com o doente. Este, com a progressiva deterioração das funções cerebrais, perde o contato com a realidade que o cerca, desenvolvem confusão mental, apresentando, em alguns casos, comprometimento importante da cognição, ou seja, com perda da consciência de si próprio e dos outros.

       Com a progressão da doença, aumentam, também, as dificuldades para os familiares envolvidos nos cuidados de um doente que mantem um relacionamento indiferente, agride, não os reconhece e não valoriza seus esforços. Para tanto, esses cuidadores devem estar preparados, física e psicologicamente, para lidar com esta situação demencial.


    Seu tratamento ainda é paliativo pois não temos, até o momento, sua cura definitiva. Inúmeros estudos são realizados, em todo o mundo, a procura dos mecanismos causadores da doença e de sua cura. Há 10 anos, Henry Engler, médico neurologista uruguaio, conseguiu, após anos de pesquisa, detectar no cérebro a proteína amilóide que destrói os neurônios e causa a deterioração da memória. Tal descoberta é considerada o trabalho mais importante no estudo da doença depois que Alzheimer a descreveu em 1906, tendo sido indicado ao Premio Nobel de Medicina em 2008.

    Engler desenvolveu suas pesquisas na Universidade de Uppsala, na Suécia, onde se formou em medicina, após ter ficado preso por 13 longos anos, 11 deles em isolamento completo, onde foi submetido a tortura física. Militante do grupo guerrilheiro Tupamaro, organização clandestina de esquerda que atuou no Uruguai de 1960 a 1970, do qual foi um dos principais líderes, foi responsabilizado pela organização de assaltos e sequestros, sendo um dos acusados pela morte de Dan Anthony Mitrioni, oficial da CIA dos EUA relatado como responsável pela formação de centenas de oficiais militares e policiais em técnicas de tortura.

    Em recente entrevista à imprensa, Engler, afirmou: “ Na luta para superar a si mesmo, perdem-se os pensamentos de ódio e rancor e a solidariedade se transforma em uma forma de satisfação permanente. Creio que também se pode sobreviver pelo ódio, mas assim não se pode encontrar a felicidade...Hoje somos loucos, mas loucos de sonho”.

     Que assim seja.

* Médico sanitarista

Ah, se minha mãe soubesse disso!



Volta e meia falo de minha mãe. É porque mãe é mãe mesmo, não tem jeito; está sempre
dentro do nosso universo psíquico.

  1. Rita, ou Ritinha para os mais próximos, nome este do qual sempre se orgulhou, pois, era o mesmo nome de sua avó, quem a criou, é o que eu posso de chamar de “grande figura”, e que figura! Alegre, radiante...curiosa! Certa vez, andando pela calçada em Copacabana, percebendo um pequeno aglomerado de pessoas entorno de porta de um ônibus de turismo, não se conteve, de tanta curiosidade. Aproximou-se e perguntou na primeira oportunidade, “o que foi hein?”. “Nada não”, responderam. “Só estamos esperando pra entrar no ônibus”. Nenhuma surpresa, afinal, estavam na porta de um hotel! Esse fato ocorreu há muitos anos, e, até hoje faz parte do folclore familiar.


Dizem que D. Rita é um personagem tirado do gibi! (na foto, à direita, com meu irmão no "Bloco da Bengala", durante o último carnaval, em São Lourenço/MG)

Por isso, minha infância foi das melhores do mundo. Isso não significa ausência de autoridade.
Esposa de militar, minha mãe sabia muito bem agir como coronel. Os horários deviam ser cumpridos regiamente. Hora para dormir, levantar cedo e ir à escola.Televisão ligada à noite, depois do jantar. ..bastava a propaganda comercial tocar aquela musiquinha irritante e traumática: “tá na hora de dormir, não espere mamãe mandar, um bom sono pra você e um alegre despertar”. Lá íamos nós, eu e meu irmão, direto para o “berço”. Conversa de adulto então, nem se fala. Se chegássemos perto, bastava um olhar e já mudávamos a rota.

Hoje acompanho o debate entre pais e educadores na imprensa e, confesso, fico meio constrangido. Os pais se sentem na obrigação de serem amigos dos filhos, porém os educadores afirmam que estes devem impor limites.A escola, no meio de tudo isso, recebe a transferência da obrigação de disciplinar e de ensinar preceitos básicos de hierarquia. Os médicos, por sua vez, já descobriram uma fórmula: criança amiga de pais sem autoridade, não são mal educadas, são hiperativas e devem tomar Ritalina!

Quanta ironia, Dona Rita.

No próximo Congresso de Pedagogia vou propor uma palestra da D. Rita, cuja apresentação poderá ser “D. Rita, mãe do médico Marcio Aurelio, proferirá a palestra: Como ser uma mãe do Gibi e educar seus filhos!

Marcio Aurelio Soares
Revisão Jornalista Fernando Ribeiro





O Crescimento (das favelas) de Santos
A cidade de Santos registra crescimento no número de pessoas que vivem em favelas. Entre 2001 e 2010, a quantidade de moradias precárias aumentou em 79,5%. Os dados são alarmantes. Basta considerar o crescimento populacional na cidade, estagnado desde a década de 80. Hoje são mais de 10 mil residências em condições de habitação impróprias.

As informações, publicadas na edição de ontem de A Tribuna, mostram um triste cenário da cidade de Santos. Diante desta realidade, cabe propor alguns temas para reflexão:

Com tantos empreendimentos imobiliários, especialmente na região nobre da cidade, onde estão essas pessoas? O questionamento se faz necessário, pois são entregues centenas de novos apartamentos. Por quem são ocupados? De onde vieram?

Com o número de habitantes é estável há décadas, porque aumenta o número de pessoas vivendo nestas condições? Por que surgiram estes núcleos e, mais uma vez, de onde vieram essas pessoas? Resultado do empobrecimento da cidade?

Ouve-se, em alguns discursos, que a cidade está crescendo. Que o Pré-Sal e a Petrobrás mudariam a cara da cidade, em franca expansão. Se não é pelo número de habitantes e, também, não é pela riqueza de seus moradores, a cidade estaria crescendo sob qual aspecto?
As repostas para todas essas questões estão no estudo do fluxo migratório. É preciso perceber que o crescimento vegetativo é inferior ao movimento imigratório, que, por sua vez, é menor que a emigração de pessoas da cidade. Saem por falta de emprego, saem pelo alto custo de vida da cidade.

A classe média foge, enquanto a classe de operários sem qualificação chega, oriundas de outras cidades, para responder à demanda de mão de obra na indústria da construção civil.
O governo municipal passou quase 10 anos assistindo ao crescimento da indústria imobiliária e a favelização da cidade. Com o aumento da criminalidade, pede-se mais policiamento nas ruas!
 Discutir o Código de Uso e Ocupação do Solo é uma tarefa que se impõe ao novo Prefeito. A discussão é técnica, com certeza, mas deve ser a mais democrática possível, com participação do Conselho Municipal da Habitação.

Que fique claro: não se trata de debate partidário, pois não são números provenientes de uma estatística vazia. Trata-se, sim, das causas da piora os índices sociais do município.
A concentração de famílias em locais com precária infraestrutura traz sérios danos à saúde. Santos tem uma das piores taxas de mortalidade infantil do Estado de São Paulo. São treze crianças mortas entre 1000 nascidas vivas, antes de completar o primeiro ano de idade.
A criminalidade também cresce e os moradores sentem, dia após dia, seus reflexos. Sob o ponto de vista humano, só quem conhece essas comunidades sabe das condições difíceis que vivem. Convivem com o esgoto, com o madeirite mofado, com o frio.

A cidade vive tempos de desafio. A miséria cresce e se aprofunda. O tapete, infelizmente, transbordou.

Hoje é meu dia

            Por volta de nove anos de idade, a professora Marli, chamada antes de “dona” – e não tia, como hoje em dia - solicitou que escrevêssemos uma redação sobre o que desejaríamos ser quando crescêssemos. Aliás, um tema não tão recorrente nos dias de hoje, mas que era muito comum à época. Bastava mãe ou pai apresentar a criança para um amigo, e lá vinha a pergunta: o que você vai ser quando crescer?. Uns logo respondiam, com orgulho, que seriam bombeiros, outros seriam policiais. Enfim...

            A pergunta se torna irrelevante, pois quero escrever é sobre minha resposta. Ao ser questionado na infância, escrevi: quando crescer, quero ser médico! Minha mãe, Dona Rita, de tão orgulhosa do filho, guardou a redação por longos e longos tempos. Sempre que a ocasião permitia, lá vinha com o tal papel amarelado. Fato este, imediatamente lembrado quando conferimos o resultado do vestibular. Confesso, mantive este orgulho, da carta e de minha tão tenra decisão, por muitos e muitos anos também.

            Hoje, após décadas de ter sido submetido à marcante tarefa escolar, estou aqui, escrevendo uma redação sobre o que eu quis ser quando crescesse e o que eu fiz com isso. Foram mais de 200 mil horas de estudo! Sim, após 28 anos de profissão, somados aos tantos anos de faculdade e especializações, cheguei a este número curioso.

Agora me pergunto: valeu a pena? Lógico que valeu, mesmo que, para isso, tivesse que usar a famosa do poeta Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena, se a alma não é pequena”.

Com a maturidade se consolidando e a velhice batendo à porta, nos tornamos mais reflexivos e exigentes. Por isso, talvez, pela primeira vez faço um balanço de minha profissão não tão positivo como antes. Hoje, os médicos usam jaleco branco e nariz de palhaço, protestando contra os planos de saúde. Mercantilizaram o meu sonho!

Naquela redação de menino, não escrevi como queria ganhar dinheiro. Eu jurei, naquele pequeno texto, por Apolo e por Asclépio, como quis Hipócrates, a “curar algumas vezes, aliviar o sofrimento sempre que possível e a confortar (os doentes) sempre”.

Se eu consegui? Em boa medida, acredito que sim. A crescente demanda por assistência médica acaba por banalizar e vulgarizar o serviço, na medida em que faz da saúde um bem a ser comprado, e não conquistado. A “indústria da doença”, com fins de obter o máximo de lucro possível, faz com que pessoas sintam-se seguras ao adquirirem um plano de saúde. Passam a vender ilusão de saúde comprada e, desta forma, estimulam o consumo de exames e consultas indiscriminadamente, mesmo que indiretamente. Assim, a lógica passou a ser de mercado, de relação entre oferta e procura, como qualquer comerciante, que diminui o preço do produto para ver aumentada sua clientela.

            Não, aos nove anos, não foi essa a minha escolha. Agora, depois de 50 anos, me vejo, assim como meus colegas, tendo que escrever uma nova redação: a de como sobreviver diante de minha consciência boba e ingênua.

 Viva Hipócrates e seus deuses Esculápio, Apolo, Panaceya e Hygea! Chega de nariz de palhaço!

            Dona Marli, Dona Rita, quero continuar sonhando!



E os Empreendimentos Humanos?


        Os jornais noticiam que a região do Valongo, em Santos, deverá adquirir maior status em função dos novos empreendimentos levados a cabo  naquela região, impulsionados pela presença da Petrobrás.

            Interessante notar que, durante décadas, aquela região viveu em completo abandono e, extremamente degradada, com grande parte de seus moradores vivendo em situação precária em cortiços.

            A ocupação da cidade de Santos se deu em função do porto. E sua colonização pelos imigrantes não aconteceu com maior força em função de seu território estreito, seu clima, quente e úmido e seu solo, boa parte tomado por mangue; o que justifica, em parte, a subida destes imigrantes para o planalto. As classes mais abastadas foram se fixando no eixo que depois se constituiu na Av Ana Costa e Conselheiro Nébias. Enquanto que os mais pobres se fixavam entorno do cais.

            Pode-se perceber que esta ocupação sempre se deu em função da lógica da classe que dominava a economia. Incluindo aí o saneamento proposto e realizado por Saturnino de Brito.

            E, mais uma vez, esta história se repete. Fala-se em progresso e desenvolvimento da região e esquecem-se das pessoas. E mais, esquecem da legislação. Pois o Estatuto da Cidade é claro ao determinar, aos novos empreendimentos, a obrigatoriedade da realização do Estudo de Impacto Ambiental, do Estudo de Impacto de Vizinhança e a Outorga Onerosa, o que significa dizer responsabilidade social .

            E por que isso não acontece? Porque, simplesmente, nossos Prefeitos e nossos vereadores não regulamentaram tais leis e se omitem em relação a essas pessoas que vivem em situação precária.

            A região vai se valorizar? Muito bem. E o que vão fazer com as pessoas que moram em seu entorno?

            Com a palavra o futuro Prefeito e nova Câmara de Vereadores.
Obrigado!
Agradeço a todos por esta caminhada.
Confesso a voces que a campanha politica foi uma experiencia enriquecedora. Aprendi muito;especialmente, a compreender a angustia daqueles que tem tao pouco para sobreviver. Percebi que tenho amigos, muitos amigos, que, tal como eu, são sensíveis às causas sociais.
O meu papel como cidadão não termina aqui, ao contrario, transpusemos mais uma fase.
Ganhei muito, não o suficiente para ocupar uma cadeira na Câmara de Vereadores, mas ganhei. Por isso, não saio com sentimento de derrota. Saio triste, sim; mas firme no proposito de atuar como cidadão e contribuir para minimizar tanta injustiça social.
Sou fundador da ONG "Escola de Cidadão  (desde 2007) e continuaremos a fazer dela nosso instrumento de trabalho social.
Portanto, amigos, mãos a obra!
Conto com voces.
Um grande abraco.
O lançmento do meu livro será no próximo dia 14 de setembro a partir das 18:30 h, na Livraria Realejo, que fica na Rua Marechal Deodoro, nº 2, no Gonzaga.
Conto com todos voces por lá.
Um abraço
Marcio Aurelio

Sobre o Desenvolvimento e Nossa Cultura



Sempre ouvimos falar que somos um País jovem. Mas cá com meus botões fico pensando, já fizemos mais de 500 anos!!! Não seria esse um tempo suficiente para amadurecermos? Do ponto de vista cronológico, sim; mas do ponto de vista histórico, não. 

Por mais de 300 anos, sob domínio português, fomos expropriados em todas as nossas fontes de riqueza. A extração do pau brasil, ouro, cana de açúcar, algodão, fumo e café, justificou o desmatamento, a escravidão e a dizimação do povo indígena. Tudo que era possível retirar daqui a coroa portuguesa o fazia, e com o único propósito de pagar suas dívidas oriundas do comércio de bens manufaturados, especialmente, com a Inglaterra. Nossos recursos pareciam inesgotáveis. Os nobres portugueses consumiam o que era de melhor no mundo, não produziam nada, mas tinham onde tirar recursos suficientes para fazer frente ao um endividamento cada vez maior. 

Mas foi no início do século XIX que a coisa começou a desandar. Surge a figura de Napoleão, que da França sai para conquistar o mundo. Ameaçados pela invasão francesa e comprometidos, comercialmente, com os ingleses, a coroa portuguesa foge para o Brasil escoltado pela marinha de seu parceiro comercial. Chegando ao Rio de Janeiro em 1808, o que encontram? Sujeira, povo aculturado e ausência de mínima estrutura urbana. 

Aí começa uma nova história, vem a “independência” brasileira em 1822, a proclamação da república em 1889 e surgem novos colonizadores, os norte americanos. 

Vem o golpe militar, a redemocratização e mais colonizadores, desta vez, nós mesmos. E continuamos dominados e submissos, agora pelo capital nacional, que, autofágico, continua expropriando nossas riquezas, nos fazendo retroceder antes de podermos viver um progresso cultural. Se vivemos ondas de crescimento econômico, ainda o progresso cultural não chegou. Em Santos, observamos o aparecimento de espigões que uns dizem ser resultado inexorável de economia, mas não somos capazes de questionar as suas consequências. Continuamos sob a máxima do que o que importa é o dinheiro no bolso, mesmo que para isso continuemos a expropriar e destruir o que mais prezamos, que é o lugar onde vivemos.


38 anos da Revolução dos Cravos



Nesta data, o povo português e seus descendentes comemoram 38 anos da Revolução dos Cravos.
           
       Em 25 de Abril de 1975 oficiais de média patente do exército português se rebelaram contra o regime ditatorial de Marcelo Caetano, sucessor de Antonio Salazar.

            A vitória dos oficiais rebeldes foi comemorada por toda a população que, em sinal de apoio, distribuiu cravos aos soldados revoltosos. Por isso o fim da ditadura portuguesa ficou conhecido como a Revolução dos Cravos.

            Como neto do querido Jose da Silveira Jorge, me congratulo com nossos irmãos.
Santos (SP) vive um drama devido o aumento de moradores nos últimos 20 anos. Atualmente são mais de 400 mil habitantes, segundo censo realizado em 2010. Sua principal área urbana é localizada na Ilha de São Vicente, o que limita seu espaço para a construção de imóveis e obriga a cidade a “crescer para cima”, fazendo com que o mesmo espaço acomode mais e mais pessoas. Isto aumenta o número de carros já que, onde antes existiam, em casas, vagas para dois ou no máximo três automóveis, nos edifícios este número passa para 40, 50 ou mais, fato que aumenta o trânsito nas ruas e diminui as vagas de estacionamento nas principais vias do município.


Além do aumento de automóveis na substituição de casas por prédios, outro determinante também é responsável pela diminuição de estacionamentos nas ruas. Os edifícios têm mais entradas e saídas de veículos que uma casa, ou seja, os espaços nas calçadas antes utilizados para estacionamento, não existem mais, já que são trocados por guias rebaixadas.

Segundo o médico endocrinologista Márcio Aurélio Soares, provável candidato à Câmara Municipal de Santos ao se confirmar sua candidatura para vereador em junho deste ano, a principal solução para o déficit de estacionamentos na cidade de Santos (SP) são a melhora do transporte público e também a construção de estacionamentos subterrâneos.

“O transporte público de Santos deixa a desejar. Temos apenas as opções de ônibus e poucos micro-ônibus. As vans são proibidas na maior parte da cidade, liberadas apenas para o transporte nos morros. Ou seja, o morador santista tem apenas uma opção de transporte além do seu carro ou moto. Existe o projeto do VLT, mas não teve início nem o processo de licitação ainda”, alerta o Dr. Márcio Aurélio.

“Está na hora dos políticos de Santos entenderem que a cidade precisa de projetos modernos, sem bairrismos. Abrigamos em nossos domínios o maior porto da América Latina, só por isso temos um trânsito conturbado, principalmente no centro. O aumento de veículos nos últimos anos piorou ainda mais o trânsito, mas nada foi feito para reverter a situação. Existem pouquíssimos estacionamentos nas ruas e mesmo os privados não existem em número suficiente. Planejar estacionamentos subterrâneos nos principais pontos comerciais do município é algo que deveria ter sido feito há pelo menos 20 anos. Ou seja, estamos com mais de duas décadas de atraso”, finalizou o médico.



DIA DO CIRCO
Quem não gosta de circo?!

Hoje comemoramos o Dia do Circo em homenagem ao palhaço brasileiro Piolin, que nasceu dia 27 de março de 1897 na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

Dos divertidos e simpáticos palhaços, dos malabaristas e suas manobras arriscadas, da mulher borracha, do atirador de facas, mágicos, adestradores de animais e trapezistas, é feito o mundo mágico dos circos!

Os palhaços ficam encarregados de proporcionarem muitas gargalhadas ao público. Para ser um palhaço, é preciso vocação e gostar de interagir com as pessoas, pois só assim irão transmitir alegria e entusiasmo a todos que estão assistindo ao espetáculo.

Dizem que o Circo surgiu na China há mais de 5000 anos atrás, quando a acrobacia, contorcionistas e equilibristas aziam parte dos exercícios de treinamento dos guerreiros e, aos poucos, a esses movimentos foram acrescentadas a graça e a harmonia.

Por volta do ano 70 a.C, surgiu o Circo Máximo de Roma, que um incêndio destruiu totalmente, causando grande comoção. Tempos depois, no ano 40 a.C, construíram no mesmo lugar o Coliseu, com capacidade para 87 mil pessoas. No local, havia apresentações de engolidores de fogo, gladiadores e espécies exóticas de animais.

Com a perseguição aos seguidores de Cristo, entre os anos 54 e 68 D.C, esses lugares passaram a ser usados para demonstrações de força: os cristãos eram lançados aos leões, para serem devorados diante do público.

Os artistas procuraram, então, as praças, feiras ou entradas de igrejas para apresentarem às pessoas seus mlabarismos e mágicas.

A estrutura do circo como o conhecemos hoje teve sua origem em Londres, na Inglaterra. Trata-se do Astley's Amphitheatre, inaugurado em 1770, pelo oficial inglês da Cavalaria Britânica, Philip Astley.

O anfiteatro tinha um picadeiro com uma arquibancada próxima e sua atração principal era um espetáculo com cavalos.

O palhaço do lugar era um soldado, que entrava montado ao contrário e fazia mil peripécias. O sucesso foi tanto, que adaptaram novas situações.


O Circo no Brasil

No Brasil, a história do circo está muito ligada à trajetória dos ciganos em nossa terra, uma vez que, na Europa do século dezoito, eles eram perseguidos.

Mas o circo com suas características itinerantes aparece no Brasil no final do século XIX. Instalando-se nas periferias das cidades, visava às classes populares e tinha no palhaço o seu principal personagem. Do sucesso dessa figura dependia, geralmente, o sucesso do circo.

O palhaço brasileiro, por sua vez, adquiriu características próprias. Ao contrário do europeu, que se comunicava mais pela mímica, o brasileiro era falante, malandro, conquistador e possuía dons musicais: cantava ou tocava instrumentos.

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas



Hoje é dia de Theobroma cacao



26 de março é Dia do Cacau: saiba mais sobre esse fruto

Os primeiros a cultivarem a árvore do cacau foram os sacerdotes astecas. Os frutos estavam intimamente ligados à religiosidade. Das favas desses frutos, os astecas produziam uma bebida amarga que, segundo a crença, possuía "poderes especiais" e só podia ser tomada em taças de ouro.

O conquistador espanhol Fernando Cortés, quando chegou ao México em 1519, teve contato com a bebida dos astecas. Em carta ao rei Carlos V, Cortés relatou as propriedades energéticas da maravilhosa bebida: bastava uma taça daquele precioso líquido para que a pessoa recuperasse a energia perdida em um dia de caminhada, sem necessidade de qualquer outro alimento.

Da amarga bebida dos astecas ao delicioso chocolate apreciado nos dias de hoje, o cacau teve uma trajetória bastante singular. O gosto amargo da bebida não agradava aos europeus que, aos poucos, foram adicionando especiarias, açúcar e outros condimentos. A partir daí, a bebida, tomada quente, conquistou todas as cortes européias e se tornou privilégio das elites. Logo depois, o cacau passou a ser processado em tabletes, que eram facilmente transformados em bebida

Theobroma Cacao, que em grego significa "alimento dos deuses", é o nome científico do cacaueiro, espécie nativa da floresta tropical úmida americana, que teve sua origem, provavelmente, nas nascentes dos rios Amazonas e Orenoco, depois ultrapassou os Andes, atingindo Venezuela, Colômbia, Equador, países da América Central, México e também o Brasil, ao longo do rio Amazonas. O cacaueiro foi introduzido na Bahia, em 1746, pelo colono francês Luís Frederico Warneaux, que trouxe as sementes do Pará. Atualmente, a Bahia é o maior produtor nacional de cacau, atendendo os mercados interno e externo.

O cacau é rico em vitaminas do complexo B, Sais minerais: fósforo (necessário para o cérebro, formação dos ossos e dentes e contração dos músculos cardíacos), ferro (que ajuda na produção de hemoglobina e oxigenação das hemácias), cálcio, além de proteínas. Contém três tipos de açúcares: frutose, glicose e sacarose.É rico em fibras que ajuda a evitar a prisão-de-ventre.

O cacau é rico em vitaminas do complexo B, que ajudam a manter a saúde dos nervos, a tonicidade muscular do aparelho gastrointestinal e atuam em casos de depressão.

Sais minerais: fósforo (necessário para o cérebro, formação dos ossos e dentes e contração dos músculos cardíacos), ferro (que ajuda na produção de hemoglobina e oxigenação das hemácias), cálcio, além de proteínas.
Contém três tipos de açúcares: frutose, glicose e sacarose.É rico em fibras que ajuda a evitar a prisão-de-ventre.

Hoje é o Dia da Água


O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992, quando esta organização internacional fez publicar a Declaração Universal dos Direitos da Água

E porque essa preocupação se 2/3 do planeta é formado de água? Porque somente cerca de 0,008 %, de total é potável (própria para o consumo). E, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) esta sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. Esta situação é preocupante, pois poderá faltar, num futuro próximo, água para o consumo de grande parte da população mundial.

Faça a sua parte.


Declaração Universal dos Direitos da Água


Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.


Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.


Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.


Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.


Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.


Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.


Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.


Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.


Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.


Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra





ASBRAFOLEROFULI

ASBRAFOLEROFULI


Associação Brasileira para o Fomento da Leitura por Roubo e Furto de Livros
Meu plantão de 12 horas começava as 7 horas da manhã. Como de hábito, deixei minhas coisas – uma maleta e 2 livros (um de endocrinologia e outro sobre alimentos funcionais), e mais anotações de estudo – sobre uma das camas e dirigi-me até o hall central da enfermaria, onde lá se encontrava a colega médica plantonista da noite, para a tradicional passagem de plantão.

O trabalho transcorria normalmente. Passei visita aos doentes, até que, por algum motivo, retornei ao quarto e, olhando para as camas só avistei um de meus livros, dando falta do outro sobre alimentação. Preocupado, perguntei à equipe de enfermagem se alguém se interessava por alimentos. Todas gordinhas, se entreolharam, como quem diz ironicamente: “O quê esse doutor está querendo insinuar?” Que somos gordas ou ladras? Ninguém tinha entrado no quarto. Entre os médicos residentes e acadêmicos internos a resposta foi a mesma. Nem sequer tinham reparado nos livros; até que um deles lembrou: “Eu vi duas senhoras da limpeza trocando as roupas de cama”. Na lavanderia, o encarregado, sem deixar que eu chegasse ao final, logo se adiantou: “Dr, nossas funcionárias são pessoas simples, mas muito honestas”. Longe de mim acusá-las de qualquer coisa. Imaginei que poderiam ter enrolado o livro nos lençóis e o colocado na máquina de lavar, sei lá.. “não, isso não seria possível; os lençóis são batidos antes de serem colocados na máquina”; disse-me, com segurança.

Surrupiaram meu livro! Fiquei indignado. Quem poderia ter roubado um livro sobre alimentação? Quem, além dos profissionais, teria interesse em literatura médica?

Ao mesmo tempo, ainda frustrado, porém conformado, escrevi no livro de ocorrências médicas do plantão: DENÚNCIA! Num País de analfabetos funcionais, tem gatuno com sede de conhecimento!

O que fazer? Proibir a entrada e saída de todos até que o livro aparecesse? Solicitar a instauração de inquérito policial-militar, administrativo? Ou comemorar; afinal alguém vai ler um livro! Quem sabe, este não seria um indicativo da avidez das pessoas por ler e estudar? Talvez... e, ao invés de correr atrás do ladrão, deveríamos abrir uma biblioteca diferente; um espaço onde os gatunos intelectuais poderiam roubar livremente os livros e lê-los sem a preocupação de vir a ser presos. Mas com essa liberdade o roubo ia perder um pouco de emoção! Tudo bem, poderíamos colocar uns guardas mal pagos, com equipamentos ultrapassados..., só mesmo para fazer de contas. Mas mantendo a impressão de risco. Caso contrário iria perder a graça.

Vou propor à Direção do Hospital, a abertura de uma ONG (Organização Não Governamental): Associação Brasileira de Fomento à Leitura por Roubo e Furto de Livros, que ficaria conhecida pela sigla – ASBRAFOLEROFULI. Já pensou que sucesso! Somos campeões em violência, assaltos, furto à veículos, roubo à bancos, etc. Só faltava roubo à livros. Com certeza, o Governo do Estado inauguraria uma delegacia Especial de Roubo à Livros – DERLI, à exemplo do DENARC, Roubo à Bancos, etc.

Roubaram um livro num País de analfabetos!

Senhores ladrões, venham; façam seus roubos. Aproveitem a “Semana Machado de Assis”!



16 de Março: Dia Internacional do Sono

Lembrado internacionalmente na última sexta-feira (16), o sono é um fenômeno essencial para a sobrevivência do ser humano, que pode ficar até 30 dias sem comer, mas não fica sem dormir mais de 4 dias.


Dormir mal ou dormir pouco também afeta a memória, a capacidade das pessoas em se concentrar e interfere em seu sistema de defesa, o que facilita essas pessoas adquirirem algum tipo de infecção. Quem dorme mal vive menos e envelhece mais rápido.


Entre comer e dormir prefira dormir.

É bom lembrar que tem pessoas que necessitam de 6 e outras de 10 horas e que, portanto, nem sempre o tempo que você dorme é indicador da qualidade de seu sono.

Distúrbio

Um dos problemas mais usuais do sono é a apnéia, que causa sonolência diurna, irritabilidade, falta de concentração e memória e depressão. E, ai durante o sono ele para de respirar dormindo. Ronca e tem vários despertares que ele nem percebe.

Conselho

Se você quer ter uma vida saudável o melhor a fazer é dormir. Se quiser viver mais, se quer ter menos doença e um sistema imunológico melhor, durma.



Androbundologia

Como nasceu a bunda moderna, ou,uma lição de androbundologia



Os responsáveis pela bunda como é conhecida na atualidade, e aí me refiro

ao conceito contemporâneo de bunda, ou seja, a bunda como ela é, são os

africanos, mais especificamente os angolanos e os cabo-verdianos. Para ser

ainda mais preciso, as angolanas e as cabo-verdianas.


Foram elas, angolanas e cabo-verdianas, que, ao chegarem aqui durante as

trevas da escravatura, revolucionaram tudo o que se sabia sobre bunda até

então.


Foi assim: naquela época, a palavra bunda não existia. Os portugueses,

quando queriam falar a respeito das nádegas de uma cachopa, diziam,

exatamente isso, nádegas. Ou região glútea, tanto faz.


Então, os escravos angolanos e cabo-verdianos chegaram ao Brasil. Só que

eles não eram conhecidos como angolanos nem cabo-verdianos.

Eram os bantos chamados bundos, que falavam o idioma ambundo. Ou quimbundo.

A língua bunda, enfim.


Os bundos, em especial as mulheres bundas, possuíam a tal região

glútea muito mais sólida, avantajada, globosa. Os portugueses que, ao

contrário do que se acredita, não são bobos, logo encompridaram os olhares

para as nádegas das bundas. Uma delas passava diante de uma turma de

portugueses e eles já comentavam: - Que bunda!


Em pouco tempo, a palavra bunda, antes designação de uma língua e de um

povo, passou a ser sinônimo de nádegas.


Assim nasceu a bunda moderna.