Teremos política no 2º turno?


Independente de escolhas nesse ou naquele candidato e seus partidos, a simples existência do 2º turno traduz-se num fato de relevância política.
Esta foi, sem qualquer dúvida, a campanha presidencial menos politizada e menos polêmica, talvez, de toda a história política recente de nosso país. Não testemunhamos durante a campanha, debate, afirmações ou qualquer tipo de proposição que desencadeasse uma discussão, por menos apaixonante que fosse. Nem mesmo os famosos debates televisivos tiveram grande audiência. Ao contrário, foram todos debates mornos, ou até menos que isso. A oposição se resumiu ao Plínio do PSOL, que não conseguiu verbalizar com entusiasmo suas idéias, o que refletiu em sua baixa votação. Quanto aos tres candidatos, Marina, Dilma e Serra, nenhum deles com carisma de líder popular, se ativeram à propostas reformistas e à manutenção de uma lógica econômica focadas na acumulação do capital ( vide lucros recordes e estratosféricos dos banqueiros) em detrimento de ações sociais que, no governo Lula, se pautaram por ações assistencialistas de impacto, a longo prazo, pelo menos, duvidoso.
Por tudo isso, que se resume na despolitização da campanha presidencial e na ausência de um projeto de oposição consistente, uma unanimidade no 1º turno em cima da candidata oficial, deveria ser vista com muita reserva e preocupação; pois, a ausência de oposição consistente, em qualquer situação, tende a conferir um exercício de poder sem limites.
Com o 2º turno, a eleição passa a ter um caráter plebiscitário, entre F H C e Lula; entre o PSDB e o PT. Espero que esse acirramento, não se transforme numa luta mesquinha entre grupos, mas traga à tona projetos que contemple, de verdade, propostas de construção de um grande país.

Um comentário:

Rafael Lima disse...

Bom dia Dr,terei o prazer de segui-lo em vosso blog. Grande abraço.