Super Herói só na Marvel!


Super Herói só na Marvel!
Marcio Aurelio Soares *
Isaac Santos **

Não acredito em messias, salvadores da pátria, ou super-heróis. Mas tem gente que sim, e clama por eles.
O fato é que vivenciamos um período de forte acirramento político, com o debate polarizado entre direita x esquerda; e, surpreendentemente, fora de época e ultrapassado, do socialismo – comunismo x capitalismo.  Dizem eles, que o socialismo não deu certo. Mas se você perguntar onde, vão dizer, como o Bolsonaro disse ontem na ONU, que no Brasil de Lula.
Na mesma ocasião, afirmou que os médicos cubanos no Brasil, agiam como guerrilheiros infiltrados pelo comunismo cubano.
         Acabou a guerra fria e eles não perceberam!
Foram tantas as mentiras e insanidades, que, de princípio achei que só poderia ter saído da boca de um louco.
Ledo engano. Seu discurso tinha, e tem, origem e destino. Origem em Stive Bennon. Ex-assessor de Donald Trump, Presidente dos EUA, que acredita, e trabalha forte para isso, no populismo de direita. Fundador do “The Moviment” – O Movimento – alinhado com os brasileiros Olavo de Carvalho, astrólogo e, autodenominado, filósofo, residente na Virgínia - EUA e Eduardo Bolsonaro, o 01, indicado por seu pai a Embaixada estados unidense. Na Europa, Bennon, está ao lado de Marine Le Pen, na França, e Matteo Salvini, na Itália, líderes da extrema direita em seus países. Também fundador do " site Breitbart, Bannon também foi conselheiro da Cambridge Analytica, consultoria acusada de fornecer dados de milhões de usuários do Facebook para influenciar as eleições presidenciais americanas de 2016. O que vamos encontrar no site que espelha suas ideias? Xenofobismo, homofobia, racismo, machismo, etc. No momento, Bannon elege a China, considerada por ele a “maior ameaça econômica e de segurança nacional que os EUA já enfrentaram”.
E, não fica por aí, este ano, Bennon anunciou a criação da “Escola de Gladiadores”, "um centro de formação religiosa filosófica, voltada ao conservadorismo populista”, cuja sede fica em um mosteiro do século 13 no topo de uma montanha na Itália, chamada de a “Academia Ocidental Judaico-Cristã” que quer atrair financiamento de doadores privados para formar jovens “gladiadores”. O que não me surpreende é que chamou o Olavo de Carvalho, cuja escolaridade, como ele mesmo declara, não passa de cinco anos, para compor seu corpo docente. Imaginem o que será isso?
Ele é louco? Não. Ele tem ideais de extrema direita, supremacista, radical, neoliberal, que, como pudemos perceber na cerimônia de abertura da ONU, tem simpatizantes.
O destino? Um público, essencialmente, de classe média conservadora nos costumes e sem conhecimento sobre suas bases econômicas neoliberais. Por criminalizarem a política e o Estado, optam pela entrega das estatais brasileiras ao estrangeiro, pois em sua visão, “é preferível isso a mantê-las nas mãos de políticos corruptos, como os PTistas presos pelo Juiz Sergio Moro”.
         Portanto, o discurso presidencial de ontem, não foi coisa de maluco ou de um desconectado. Bolsonaro, falou para seu público, que dia-a-dia se consolida como uma força política. E, tenham certeza, não foi escrito por ele, que não teria a capacidade de ser tão torpe como foi, de tão desprezível que é.

*Médico Sanitarista e do Trabalho, Presidente do Movimento Cultural Darcy Ribeiro – MCDR-PDT, em Santos.
* Estudante de Pedagogia, Presidente da JS-PDT Santos.


Você é massa de manobra?


Você é massa de manobra?

         Quem nunca ouviu falar dessa expressão? Acontece quando um grupo de pessoas é manipulado por alguém ou pelos meios de comunicação - que muitos chamam de “media” (fala-se mídia em inglês), o que quer dizer a mesma coisa, meios de comunicação. Como sou brasileiro, me constranjo a usar o inglês num texto ou numa fala em nossa língua nativa. Aliás, não conheço um país tão colonizado culturalmente como o nosso. Ao sairmos na rua, é provável vermos mais cartazes e placas em inglês do que em português. Visitando outros países, mesmo aqui na América Latina, não identifico esta característica. Os argentinos então, nem se fala. São orgulhosos de sua cultura e não sofrem do que o dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues, chamava de “complexo de vira-latas”, que ele definia como sendo uma inferioridade voluntária em relação ao resto do mundo, um narcisismo às avessas do brasileiro.
         É certo, afirmam os historiadores, que nossa colonização foi extrativista e escravagista. Os portugueses não estavam muito preocupados com o desenvolvimento de uma vasta terra recém-invadida. Sim, uso o termo “invadida” porque tínhamos, nessas plagas, os indígenas, estes, sim, os verdadeiros brasileiros. Ou não? Os portugueses nos descobriram sob a ótica deles, pois já existiam milhares de indivíduos vivendo por aqui e por mais que suas  características civilizatórias fossem diferentes.
                   Fomos o país que mais escravizou e por mais tempo em toda a história do ocidente. Aos nobres, o ócio e, quando muito, o trabalho intelectual. Aos negros, a força muscular utilizada em trabalhos extenuantes. E a história como é sempre contada pelos vencedores, natural que estes se imponham aos subjugados suas condições, sua cultura, sua civilização. Foi assim, e continua sendo assim.
                   Os livros escolares nos contam que conquistamos nossa independência em 1822, com um brado, à beira do Rio Ipiranga. O tal “independência ou morte”, que, desconfio, só tenha existido no quadro de Pedro América, que retratou este momento, com D Pedro I a moda napoleônica. Vai entender isso! A corte estava no Brasil desde 1808, fugida de Napoleão, viagem esta, protegida por embarcações inglesas. Ou seja, o Imperador é retratado ao estilo de seu quase conquistador. Aí começa a massa de manobra, os estrangeirismos, a colonização cultural, que perdura até hoje.
         Na verdade, D Pedro chegava de Santos em visita à sua amada Marquesa, após dias a cavalo, portanto sujo e sem tomar banho, coisa rara na época, à beira de um riacho, se transformou numa figura napoleônica, heroica, as margens do Rio Ipiranga. Entendeu o que é manobra de massa? Se naquela época foi assim, imagine agora!
         Faça, portanto, como o aviso da passagem de linha férrea: Pare, olhe e escute. Seja crítico e não aceite a primeira versão dos fatos. Essas manobras mentirosas, hoje, isso se chamam “fake news”. Aff...mais um estrangeirismo!

O que faz um Vereador?


O que faz um Vereador?
* Marcio Aurelio Soares

            A resposta, na maioria das vezes, virá automática: Nada

         E os discursos continuam nas redes, “temos que tirar estes parasitas de lá”, “precisamos renovar a Câmara de Vereadores de Santos”; “vamos fazer uma campanha para não votar em ninguém que já esteja lá”, e, assim por diante.

         É evidente que as coisas não são bem assim. Antes, precisamos entender o papel do Legislativo Municipal. Neste caso, me refiro a toda e qualquer cidade, das menores as maiores.

         Segundo o site do TSE – Tribunas Superior Eleitoral, o termo Vereador,  é “originário do grego antigo... vindo da palavra “verea”, que significa vereda, caminho. O vereador, portanto, seria o que vereia, trilha, ou orienta os caminhos. Existe no idioma brasileiro o verbo verear, que é o ato de exercer o cargo e as funções de vereador. Resumindo, o vereador é a ligação entre o governo e o povo. Ele tem o poder de ouvir o que os eleitores querem, propor e aprovar esses pedidos na câmara municipal e fiscalizar se o prefeito e seus secretários estão colocando essas demandas em prática”.

         Mas por que existe esse senso comum de que a Câmara de vereadores é tão ineficiente?

         Primeiro, pela criminalização da política, e, isso é um projeto premeditado e não um acaso. Os meios de comunicação, em especial, patrocinam a ideia de que na política nada se faz, tudo se rouba e gira em torno de interesses pessoais. Ao defender esta ideia como princípio, têm o objetivo de retirar a população do debate político, concentrando as decisões nas mãos de quem tem o poder econômico. Se antes, só podiam votar os ricos e depois os alfabetizados; hoje, dão-lhes o direito de voto a todos, o chamado assim, sufrágio universal, voto de todos cidadãos adultos, independente de alfabetização, classe, renda ou etnia, mas os impede ou, pelo menos inibem, a sua participação, mantendo um discurso de pluralidade e democracia, “o poder que vem do povo”.

         Por outro lado, dizem que a voz do povo é a voz de Deus. Este ditado é revelador e, se dizem que os vereadores nada fazem, talvez, isso tenha um fundo de razão. Suas ações não têm visibilidade e a aproximação do Legislativo com o Executivo, por interesses pessoais e/ou políticos, intimidam uma fiscalização mais rigorosa das ações do Prefeito, a meu ver, a maior função do Legislativo.

         Resta-lhes dar entrada em Requerimentos pleiteando a concessão de títulos e medalhas, nomear ruas e praças, que, via de regra, atende aos interesses de grupos financiadores de campanha.

         Está na hora de assumirmos a política como um instrumento de transformação fundamental para conquistarmos maior equidade social. Só através do controle da sociedade, através de seus Conselhos, previstos constitucionalmente, e demais entidades da sociedade civil, teremos o povo partícipe, desmistificando a política, e fazendo dos partidos políticos um espaço legítimo de atuação transformadora. O PDT – Partido Democrático Brasileiro vem cumprindo este papel. A AMT - Ação da Mulher Trabalhista e o MCDR – Movimento Cultural Darcy Ribeiro, recentemente fundados em Santos, chama a contribuição de todos, quer seja discutindo o papel da mulher na sociedade, quer fomentando a cultura e a obra de Darcy, um dos mais renomados escritores, educadores e antropólogo – indigenista – brasileiro.

         Nos procure nas redes sociais, venha participar conosco já; não espere as eleições e não se limite a votação. Nosso próximo projeto é fundar o MCT – Movimento Comunitário Trabalhista. Pois, como diz Ciro Gomes, o que pega é catapora, política se exercita na prática; essa é a única via para se combater o autoritarismo e dar voz e vez aos excluídos.

* Médico clínico, sanitarista e do trabalho

PAÍS RICO DE POBRES

PAÍS RICO DE POBRES
                                                                                                               Marcio Aurelio Soares


O nosso patriotismo sempre nos remete às belezas e recursos naturais do país. Somos vistos pelo mundo como um celeiro da natureza; não só pela floresta amazônica, nossas lindas praias, grandes recursos hídricos e minerais, mas também por nosso povo, nossa miscigenação e diversidade cultural.

É muito difícil mexer nos calos e tendões de Aquiles. Todo processo de autocrítica e percepção de nossas fraquezas é sempre dolorido. Os xenófobos, se quer, admitem essa possibilidade.

Pois somos um país rico de pobres! Isso não é só retórica. E também não é ofensa. É a realidade. Infelizmente.

Então vamos aos números: somos a 9ª economia do mundo, com um PIB de 6,18 trilhões de reais em 2018, o que pode nos fazer a acreditar que somos um país rico de verdade. Se dividíssemos essa riqueza, igualmente, entre todos seria uma coisa. Mas não é bem assim. Somos um país de pobres. E todos os indicadores econômicos e sociais apontam nesta direção. E também o brasileiro comum sabe disso. Recente pesquisa realizada pela Oxfam Brasil – Entidade civil de atuação mundial, revelou que os brasileiros acreditam que o desenvolvimento do país passa pela redução das desigualdades e que cabe ao estado a tarefa de diminuir as diferenças. Os brasileiros sabem que o Brasil é desigual. E, infelizmente, poucos acreditam em mudanças. Quase 6 a cada 10, ou seja 57%, acham difícil mudar o cenário da desigualdade.

Segundo a pesquisa, 86% ou praticamente 9 a cada 10 brasileiros, acreditam que para o país progredir é preciso diminuir as diferenças entre ricos e pobres. E outros 84% acreditam que essa é uma tarefa que cabe aos governantes. E, mais, 94% das pessoas acreditam que os impostos devem ser usados para beneficiar os mais pobres. E 75% dos brasileiros defendem investimentos públicos em saúde e educação. O que revela um verdadeiro descompasso entre as políticas públicas que defendem o estado mínimo e o desejo da população.

Lamentável! Mas temos que tentar entender esta resignação e fornecer instrumentos para uma reação popular no sentindo de conquistarmos uma distribuição de renda mais equitativa. A cada um, de acordo com suas necessidades.

Somos o nono país mais desigual do mundo. Isto significa dizer que alguns milionários ficam com a grande parte do bolo, e o restante, a grande maioria da população, com a mínima parte. E a isto, se chama concentração de renda.

Em Santos, por exemplo, temos uma arrecadação das maiores do país; e, no entanto, 27,7% de nossa população ganha menos de ½ salário mínimo, e nossos índices de qualidade da educação é péssimo, mal conseguimos atingir, nos quatro primeiros do ensino fundamental, a meta imposta pelo MEC -  Ministério da Educação.

Por um lado, o primeiro passo é denunciar. O segundo é cobrar de forma organizada, através de meios de representação popular; votar em candidatos que, realmente estejam envolvidos no combate à pobreza e as desigualdades; e, terceiro lugar, acompanhar, estar alerta para as promessas pré-eleitorais, e acompanhar ações efetivas que se traduzam na melhora desses números, que nos envergonham com seres humanos e cidadãos.

Por outro, reduzir os privilégios dos mais ricos; diminuir certas isenções fiscais, taxar os lucros e dividendos e grandes fortunas, além das grandes heranças.

Distribuir renda, consolidar a ações afirmativas, como as cotas raciais e fortalecer o Bolsa Família, para quem sabe, chegarmos ao Programa de Renda Mínima para todos os brasileiros.

AS ELEIÇÕES ESTÃO CHEGANDO. CUIDEM-SE!


AS ELEIÇÕES ESTÃO CHEGANDO. CUIDEM-SE!


            Muitas vezes me pego resmungando contra a imprensa conservadora que povoa as nossas telinhas e ondas de rádio e, agora, a internet. Atendendo às demandas impostas por aqueles que estão no andar de cima da sociedade, que acumulam 90% da riqueza nacional, apregoam a todos os ventos, a criminalização da política. Política cujo significado, nada mais é, que o exercício do entendimento entre pessoas em torno do bem comum. Portanto, todos nós fazemos política, quer seja em casa, na escola, no bairro... A política profissional, necessária a dedicação integral à governança da cidade, e demais espaços públicos, é fundamental para a organização de nossa vida em sociedade. Criminalizá-la atende, somente, aos interesses de quem está no poder e não quer largar o osso. Ao criminalizá-la, geram, no mínimo, desinteresse por parte da população, quando não, uma verdadeira ojeriza, aos políticos e a política.

Mas, vamos combinar? Tem hora que eles, os políticos, fazem por onde. E como fazem! E nós, que sabemos um pouco disso, somos obrigados a explicar para a população menos avisada, o que acontece em nosso entorno e quais interesses estão em jogo.

E as eleições estão chegando… e os interesses vão aumentando… e a demagogia vai crescendo… e o cidadão eleitor vai se iludindo… e os poderosos continuam no poder. Esta é a roda da fortuna. A política, como instrumento fundamental ao convívio e a organização social; alguns políticos, se não sua maioria, atendendo somente aos interesses de uma meia dúzia que financiou sua campanha, esquecendo completamente do terço da sociedade, que hoje, vive abaixo do nível de pobreza; e os meios de comunicação, os criminalizando; não por essa identidade de classe, mas através de um discurso repetitivo, que tem no combate a corrupção seu mote maior. É óbvio que não somos a favor da corrupção. É óbvio que a corrupção deve ser evitada e, especialmente, combatida. Mas não podemos esquecer que os regimes mais autoritários da história da humanidade, se iniciaram com este discurso. Aqui no Brasil, os mais velhos vão lembrar do discurso de moralidade imposto para justificar o golpe de 1964. Ou esqueceram o discurso de combate aos marajás na vitória do Collor de Mello, que foi mandado para casa por corrupção? E nem precisa lembrar do suicídio de Vargas!

“A história se repete, uma vez como farsa, outa como tragédia”.

Li há pouco, que o Prefeito de Santos, Paulo Barbosa, já gastou quase 350 mil reais, comprando 70 pistolas 380, que serão usados pela Guarda Municipal, após a Câmara de Vereadores aprovar lei específica para armar os guardas. Uma contradição. Compram armamento que poderá ou não ser utilizado, dependendo de uma legislação específica. Uma prática questionável, do ponto de vista legal, mas, eleitoralmente determinada e imposta a uma população insegura, que cai no “conto do vigário” - coitado do vigário ...rs -  que acredita que, com mais armas se combate a violência. Assim fica difícil. Quero e acredito na política como instrumento de construção de uma sociedade equitativa e solidária. Esses maus políticos, vivem de construir atalhos através de um discurso fácil. Mas basta analisar a qualidade dos serviços de saúde e de educação da cidade, para qualificá-los. Estes sim indicadores sociais que servem para monitorarmos a qualidade de vida de nossos concidadãos.

Cuidem-se com o discurso fácil, com respostas rápidas. É preciso muito trabalho para sairmos do atraso. As pessoas estão sofrendo, vivendo em péssimas condições, sem trabalho; estão desvalidas e é para elas que temos que prestar atenção.



É bom saber que...

É bom saber que...
O governo Bolsonaro decidiu aumentar em 150 milhões de litros a quantidade de etanol passível de importação com isenção de tarifa dos EUA, ou seja, com renúncia fiscal de cerca de R$270 milhões em um ano.
A medida desagradou os produtores de etanol do Nordeste. O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), que dizem que não existe, se quer, explicação lógica parra tal medida. A argumentação inicial seria que os EUA aumentariam sua cita de importação de açúcar do Brasil. Mas nada disso aconteceu.
A benesse, foi anunciada após reunião do Dep Federal Eduardo Bolsonaro e do Ministro das Relações Exteriores, o terraplanista Ernesto Araújo, com o Presidente estado-unidense Donald Trump. Teria sido essa uma coincidência? Naturalmente que não. Não fosse assim Trump não estaria comemorando:
Making great progress for our Farmers. Approved E-15, year round. Big additional list to be submitted and approved within two weeks. Will be even better for Ethanol, and we save our small refineries!
Traduzindo:
Fazendo grandes progressos para nossos agricultores. E-15 aprovado, durante todo o ano. Grande lista adicional a ser submetida e aprovada dentro de duas semanas. Será ainda melhor para o etanol, e salvamos nossas pequenas refinarias!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 2, 2019
Enquanto isso, vota-se a reforma que destrói a Previdência e coloca 85% de seu ônus sobre os ombros dos mais pobres, como o fizeram os Partidos do Dep Estadual Prof. Kenny do PP ( o partido com mais políticos evolvidos com corrupção), e a própria Dep Federal Rosana Vale, que, por contrariar a orientação de seu Partido, que foi punida pelo PSb com um no de suspensão de funções parlamentares e partidárias.

CAMPANHA DA LEGALIDADE: HÁ 58 ANOS LEONEL BRIZOLA BARRAVA O PRIMEIRO GOLPE CONTRA JANGO

CAMPANHA DA LEGALIDADE: HÁ 58 ANOS LEONEL BRIZOLA BARRAVA O PRIMEIRO GOLPE CONTRA JANGO

Logo após a renúncia de Jânio Quadros, os militares tentaram tomar o poder. Mas Brizola conseguiu impedir. Confira o vídeo de seu discurso

Em 25 de agosto de 1961, o presidente da República Jânio Quadros renunciou ao mandato, por motivos que até hoje não se sabe ao certo. O vice-presidente eleito, João Goulart, do PTB, era quem, constitucionalmente, deveria assumir. Porém, aquele mês seria muito mais conturbado.
O motivo era que os militares não queriam que Jango assumisse o cargo. O exército não aceitou que Jango pudesse governar o Brasil, pois afirmavam que ele estava associado demais à forças populares e de esquerda, a ponto de acusá-lo de comunista.
No momento da renúnica de Jânio, Jango voltava de uma viagem diplomática na China, país comunista cujas relações com o Brasil os políticos tentavam reatar. Diante desse cenário, o Exército define que seria absurda a posse de Goulart.
Por isso, uma junta militar foi ao Congresso Nacional pressionar os deputados para tentar assumir o Poder, a partir de suas ligações com as cabeças das duas casas, Ranieri Mazzilli e Auro de Moura Andrade. Pouco antes de Jango sair da China, é anunciada a primeira tentativa de golpe. Jango foi então instruido a voltar pela rota do Pacífico e entrar no Brasil pelo Rio Grande do Sul, onde tinha apoio popular do então governador, Leonel Brizola.
É justamente essa a figura central deste momento.  Com Jango no exterior, Brizola era o maior quadro do PTB no Brasil. E sendo ele muito mais radical que Jango, sua posição era clara: aquele golpe ia ser barrado, custe o que custasse.
Então, Brizola desceu até os porões do Palácio do Piratiní, sede do governo gaúcho, onde montou e ligou o sistema de rádios. No rádio, foi anunciado e começou a discursar para o povo brasileiro, convocando os batalhões do exército e o povo às ruas para barrar o golpe. Declararam a Campanha da Rede da Legalidade, dedicada a assegurar, por política ou à força, a posse de João Goulart, como previsto em Lei.
Entre as questões abordadas pela Campanha da Legalidade está o fato de que, conseguindo apoio de diversos generais, do Exército do Rio Grande do Sul, dos trabalhadores de São Paulo e setores goianos, Brizola dispôs à população todo o armamento disponível.
Transformou também o palácio em uma barricada e convocou, no caso de mantimento do golpe, uma greve geral. Brizola fechou as escolas de Porto Alegre, mandou as crianças para junto dos pais e abonou qualquer falta dos trabalhadores do setor público.
A ala golpista do Exército brasileiro ameaçou bombardear o Palácio do Piratiní com o governador dentro, mas Brizola não largou mão. Quando Jango chegou no Brasil, discutiu muito com Brizola, pois, Jango queria encontrar uma solução conciliatória para assumir e tentar passar reformas de esquerda. Já Brizola não queria abrir espaço para o aumento do poder dos militares, que o conseguiam por vias ilegais.
Jango queria negociar, Brizola resistir. E por 14 dias, a tensão rolou solta.
Jango então vai para Brasília negociar com os militares. A proposta dos golpistas, para conciliar o golpe com a constituição, era que Jango assumisse com poderes reduzidos, em um sistema parlamentarista.
A contra-gosto, para impedir um banho de sangue no Brasil, Jango aceitou as demandas militares e assumiu a Chefia do Estado sem plenos poderes de Chefe de Governo (que passaram para Tancredo Neves, primeiro-ministro). Isso durou até 1963, quando um plebicito fez retornar o presidencialismo no país.
Brizola marcou o país pela campanha que conseguiu articular em nome da Resistência Democrática. Em 1964, quando Goulart leva um novo golpe, Brizola tentaria novamente iniciar a Rede da Legalidade, mas Jango o impede, para que não se iniciasse uma Guerra Civil no país. Contra ditaduras, Brizola sabia que isso significava se entregar ao autoritarismo e à barbárie. Ele estava certo.
Confira vídeos do discurso:
https://youtu.be/vPbB7PH8A-U


A Revolução industrial brasileira e a história do trabalhismo



A Revolução industrial brasileira e a história do trabalhismo

Estranharam o título? Esperavam um texto sobre a revolução Industrial Inglesa, no século XVIII, com o advento das máquinas a vapor? Pois então, é isso que aprendemos na escola.
Mas, e a Revolução Industrial Brasileira?
Vou tentar explicar sem que esta leitura fique chata.
Por conta do extrativismo colonialista empreendido por Portugal à sua colônia chamada Brasil, o processo de industrialização das bandas de cá, se inicia no final do século XIX, muito tempo depois. Mas nós temos nossa história; e é sobre ela que vamos conversa hoje.
Com o final da escravidão, e mão de obra abundante com a imigração de italianos, muitos cafeicultores brasileiros começaram a investir em fábrica de tecidos e calçados, com sobra de suas riquezas provenientes da exportação do café.
Durante a república velha, 1889 a 1930, as oligarquias regionais é que governavam o país, faziam daqui o que bem entendiam. O Estado brasileiro praticamente não existia, direitos trabalhistas e sociais, nem pensar!
Mas o povo iria reagir. O Movimento Tenentista, liderado por Luis Carlos Prestes, percorreu 25 mil Km demonstrando sua insatisfação com as desigualdades sociais. Em 1922 o Movimento de Arte Moderna, com intelectuais, artistas, demonstraram, da mesma forma sua insatisfação e ficaram para a história.
Na Europa, também parte do mundo se rebelava contra os maus tratos, carga de trabalho desumana, ausência de proteção social, exploração da força de trabalho de forma absurda. Na Rússia, com a revolução, os operários tomam o poder para si em 1917. Enquanto isso, a bolsa de valores de Nova Iorque faz ….”crack” em 1929. O Mundo estava em completa turbulência.
Em 1930, Júlio Prestes, fraudando as eleições, ganha as eleições presidenciais de Getúlio Vargas, que, apoiado pelo povo, pela classe média emergente e pelo operariado, toma o poder. A revolução sai vitoriosa e começa aí, o primeiro período Vargas, que vai de 30 a 45.
É neste período que a industrialização brasileira, de fato, é impulsionada. Foram criadas leis regulamentando o mercado de trabalho, implantado medidas protecionistas aos produtos nacionais e realizados grandes investimentos em infra estrutura; tendo o setor industrial se beneficiado bastante com a Segunda Guerra Mundial de 39 a 45. Sim, porque os países centrais, envolvidos diretamente na guerra e com suas cidades bombardeadas, necessitaram importar muitos produtos industrializados, inclusive do Brasil.
Mas com o fim da Guerra em 1945, chega ao fim o primeiro governo Vargas, que é deposto pelos militares. São criados dois partidos, o PSD (Partido Social Democrata) e o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), composto, em sua grande maioria, por operários e sindicalistas, preocupados em defender o legado getulista.
Aqui começa o trabalhismo brasileiro.
O papo tá chato?
Então vamos fazer um intervalo. Leia este pequeno texto outras vezes. Sedimente estas informações. Conhecer nossa história é fundamental pra quem quer construir o futuro.
Voltamos já. Um abraço fraterno
Marcio Aurelio Soares
Medico Sanitarista e do Trabalho


“Suicidou-se o Sr Getúlio Vargas”


“Suicidou-se o Sr Getúlio Vargas”

Há 65 anos, esta foi a manchete do Jornal O Globo. Um suicídio que marcou a história do Brasil em 24 de agosto de 1954.
Para entender o contexto de sua morte:
Getúlio retorna ao poder pelo voto direto nas eleições de 1950. Com Vargas o Brasil começa a se industrializar, a se modernizar e assumir algum protagonismo internacional; funda a Petrobras, o BNDES, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda) e a Eletrobrás. Embora tenha sido um ditador de 1937 a 1945, quando os direitos políticos desaparecem, ele faz surgirem os direitos sociais por meio das leis de proteção ao trabalho. Ao contrário de outros países, cujas lutas populares levaram a conquistas sociais, no Brasil, isso se dá diante de um governo ditatorial. Vargas entra no século XX com ideias positivistas, para quem a centralização de poder seria indispensável para que o Brasil se desenvolvesse.
No entanto, de “volta aos braços do povo”, como costumava dizer, encontra um país dividido entre os liberalistas e os nacionalistas. Os primeiros, representados pelo empresariado nacional, e militares, defendiam a abertura da economia nacional ao capital estrangeiro e adoção de medidas monetaristas que controlariam as atividades econômicas e os índices inflacionários. Por sua vez, os nacionalistas, que contavam com trabalhadores e representantes de esquerda, eram favoráveis a um projeto de desenvolvimento que contasse com a participação maciça do Estado na economia e a rejeição ao capital estrangeiro. Esse dualismo, gerava grandes enfrentamentos, em especial, de Carlos Lacerda, jornalista e político, oposicionista ferrenho, representante dos liberais, contrário a intervenção nacionalista de Vargas. Lacerda tinha o apoio da elite econômica, em especial dos jornais da época, como A Tribuna de Imprensa, de sua propriedade, de O Globo, de Roberto Marinho, e, de Última Hora, de Samuel Wainer, que denunciavam a “esquerdização” do governo e práticas de corrupção.
Foi aí que seu segurança pessoal, Gregório Fortunato, teve uma “grande” e péssima ideia, atentar contra a vida de Carlos Lacerda, em frente a sua residência, em Copacabana; o que ficou conhecido como o Atentado da Rua Toneleiros, quando seu segurança e Major Rubens Vaz, perde a vida, no dia 05 de agosto de 1954. Na condição de militar, o inquérito foi conduzido pela Aeronáutica, período chamado de  “A República do Galeão”. Há muitas controvérsias a respeito deste caso, mas, de qualquer forma, serviu como mais um grande fator de pressão em cima do governo.
O golpe era iminente. Mídia e suposto atentado, eram fatores mais que suficientes para que a elite e os militares exigissem a renúncia de Getúlio Vargas, que adia o golpe por 10 anos, com seu suicídio.
Se você consegue ver alguma semelhança com o golpe de 1964 e com os enfrentamentos políticos atuais, você não está errado. Como diria Karl Marx, “a história se repete, a primeira como tragédia e a segunda como farsa”.
Marcio Aurelio Soares

A Revolução industrial brasileira e a história do trabalhismo




A Revolução industrial brasileira e a história do trabalhismo

Estranharam o título? Esperavam um texto sobre a revolução Industrial Inglesa, no século XVIII, com o advento das máquinas a vapor? Pois então, é isso que aprendemos na escola.

Mas, e a Revolução Industrial Brasileira?

Vou tentar explicar sem que esta leitura fique chata.

Por conta do extrativismo colonialista empreendido por Portugal à sua colônia chamada Brasil, o processo de industrialização das bandas de cá, se inicia no final do século XIX, muito tempo depois. Mas nós temos nossa história; e é sobre ela que vamos conversa hoje.
Com o final da escravidão, e mão de obra abundante com a imigração de italianos, muitos cafeicultores brasileiros começaram a investir em fábrica de tecidos e calçados, com sobra de suas riquezas provenientes da exportação do café.

Durante a república velha, 1889 a 1930, as oligarquias regionais é que governavam o país, faziam daqui o que bem entendiam. O Estado brasileiro praticamente não existia, direitos trabalhistas e sociais, nem pensar!

Mas o povo iria reagir. O Movimento Tenentista, liderado por Luis Carlos Prestes, percorreu 25 mil Km demonstrando sua insatisfação com as desigualdades sociais. Em 1922 o Movimento de Arte Moderna, com intelectuais, artistas, demonstraram, da mesma forma sua insatisfação e ficaram para a história.

Na Europa, também parte do mundo se rebelava contra os maus tratos, carga de trabalho desumana, ausência de proteção social, exploração da força de trabalho de forma absurda. Na Rússia, com a revolução, os operários tomam o poder para si em 1917. Enquanto isso, a bolsa de valores de Nova Iorque faz ….”crack” em 1929. O Mundo estava em completa turbulência.

Em 1930, Júlio Prestes, fraudando as eleições, ganha as eleições presidenciais de Getúlio Vargas, que, apoiado pelo povo, pela classe média emergente e pelo operariado, toma o poder. A revolução sai vitoriosa e começa aí, o primeiro período Vargas, que vai de 30 a 45.
É neste período que a industrialização brasileira, de fato, é impulsionada. Foram criadas leis regulamentando o mercado de trabalho, implantado medidas protecionistas aos produtos nacionais e realizados grandes investimentos em infra estrutura; tendo o setor industrial se beneficiado bastante com a Segunda Guerra Mundial de 39 a 45. Sim, porque os países centrais, envolvidos diretamente na guerra e com suas cidades bombardeadas, necessitaram importar muitos produtos industrializados, inclusive do Brasil.
Mas com o fim da Guerra em 1945, chega ao fim o primeiro governo Vargas, que é deposto pelos militares. São criados dois partidos, o PSD (Partido Social Democrata) e o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), composto, em sua grande maioria, por operários e sindicalistas, preocupados em defender o legado getulista.


O papo tá chato?

Então vamos fazer um intervalo. Leia este pequeno texto outras vezes. Sedimente estas informações. Conhecer nossa história é fundamental pra quem quer construir o futuro.
Voltamos já. Um abraço fraterno

Marcio Aurelio Soares
Medico Sanitarista e do Trabalho

Reconstruindo sonhos

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Reconstruindo sonhos



         Eu era muito jovem, 21 anos, universitário, pleno de sonhos e determinação para construir um mundo melhor de se viver. Vivíamos em plena ditadura militar. O ano era de 1980; a UNE - União Nacional dos Estudantes, acabara de realizar seu primeiro Congresso de reconstrução na legalidade em maio de 1979. Nossa sede, na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro, tinha sido sede do Clube Germânia, reduto dos simpatizantes do nazifascismo, até que os estudantes, em 1942, o tomaram para si, fazendo dele o centro das lutas estudantis. Em 1962, foi fundado ali o famoso CPC – Centro Popular de Cultura, pelo ator e dramaturgo Oduvaldo Viana Filho, o Cineasta Leon Hirszman e o sociólogo Carlos Estevam Martins. A proposta veiculada pelo CPC logo recebeu a adesão de vários outros artistas e intelectuais, entre os quais Ferreira Gullar, Francisco de Assis, Paulo Pontes, Armando Costa, Carlos Lyra, João das Neves, e tantos outros. Eram tempos em que ser reconhecida(o) não era ter o carro mais novo, a roupa de marca, o relógio caro. Ser charmosa(o) era saber escrever poesia, tocar violão, ser sensível e angustiado por tanto a ter que construir num país tão pobre e tão rico.

            Mas os sonhos acabam. Não, os sonhos, eles tentam destruir. Foi isso o que aconteceu naquela manhã do 1º de abril de 1964, os fascistas atearam fogo no prédio, destruíram tudo e quase a todos, se a estudantada não tivesse fugido pelos fundos do prédio.

            De 1964 a 1980, passava diariamente de ônibus pela praia, e lá estava o prédio enegrecido pela fuligem, estampando na nossa cara, os tempos de trevas.

            Por um ato discricionário do Governador do Estado da Guanabara, Sr Chagas Freitas, antevendo nossa intenção em voltar a ocupar a nossa sede, ordenou sua demolição. Mas a juventude é poderosa e transformadora. Foram dias de luta judicial, vigília na porta do prédio. Até que o Choque da Polícia resolveu entrar em ação e a porrada comeu solta. Foram 14 estudantes presos, e muitos machucados. Não esqueço de um deles, até hoje, grande amigo. Foram 11 pontos na cabeça! Saímos destruídos com nosso prédio no chão. Mas não destruíram nossos sonhos.

            Os tempos foram passando, me formei, casei, tive filhos; os projetos foram se renovando; até que hoje, aos 60 anos de idade, estou aqui de novo, cheio de sonhos e determinação para construir um mundo  de se viver.