Fatos históricos: A Divisão da Palestina


Em 29 de novembro de 1947, a ONU decidiu dividir a Palestina em um Estado judeu e um Estado árabe. Após a proclamação do Estado de Israel em 1948, os Estados da Liga Árabe entraram em guerra contra o novo Estado. A Palestina, Estado árabe, ficou dividida em outras duas partes: Cisjordânia e Território de Gaza.


Para saber mais:         
No segundo milênio antes de Cristo, a faixa de Gaza foi invadida por povos de origem creto-micênica, os filisteus. Na mesma época, a Cisjordânia foi invadida por povos de origem suméria, os hebreus. Os dois povos lutaram entre si na disputa por território, porém ambos acabaram suplantados por impérios mais poderosos que dominaram sucessivamente a região: o império Egípcio, o império Assírio, o império Babilônico, o império Persa, o império Macedônico e o império Romano.

Por volta de 8 a.C., nasceu Jesus Cristo na cidade de Belém.

Com a divisão do império Romano em 395, a região da Palestina passou a pertencer à sua porção oriental, que viria a ser conhecida como império Bizantino.

Com o surgimento do islamismo na península Arábica no século VII, as tribos árabes se uniram e conquistaram largas porções do império Bizantino, incluindo a Palestina. Nos séculos XII e XIII, os reinos cristãos da Europa Ocidental realizaram várias expedições militares contra o Império Árabe visando à retomada da Palestina. Essas expedições, batizadas de cruzadas, redundaram na criação de vários reinos cristãos no Oriente Médio. Na Palestina, mais especificamente, foi criado o reino de Jerusalém. Porém tais reinos foram logo retomados pelos árabes.

No século XVI, o império Otomano se apropriou da Palestina. Tal domínio foi mantido até a Primeira Guerra Mundial. Com a derrota do império Otomano na Primeira Guerra Mundial e o consequente desmantelamento do império, a Palestina ficou sob administração britânica com mandato conferido pela sociedade das Nações. Nessa época, o aumento da imigração de judeus para a Palestina, motivado pela criação do movimento sionista no final do século XIX, começou a gerar atritos entre a comunidade árabe que já residia na região e os judeus recém-chegados. Em 1947, a organização das Nações Unidas, que havia substituído a sociedade das Nações, determinou a divisão da Palestina em três estados: um estado árabe, um estado judeu e um estado sob administração da ONU (a cidade de Jerusalém). Com a eclosão da guerra entre os países árabes fronteiriços e o estado judeu (Israel), o estado árabe perdeu parte de seu território original, assumindo aproximadamente seu tamanho atual. A faixa de Gaza passou para administração egípcia e a Cisjordânia, para administração jordaniana.

Em 1964, 422 autoridades palestinas fundaram a organização para a Libertação da Palestina, em Jerusalém, visando à fundação de um estado árabe na Palestina. Dentro da OLP, a maior facção era a do Fatah, grupamento político de orientação socialista liderado por Yasser Arafat.

Em 1967, ocorreu novo conflito entre Israel e os países árabes vizinhos: a guerra dos Seis Dias. Com o fim da guerra, Israel anexou a Cisjordânia e a faixa de Gaza.

Grande parte da população dos territórios ocupados por Israel na guerra dos Seis Dias se refugiou na Jordânia. Temendo a pressão política desses refugiados, o rei Hussein da Jordânia ordenou o massacre dessa população em 1970 no episódio conhecido como Setembro Negro. Os sobreviventes do massacre fugiram para o Líbano. Em 1972, o grupo terrorista palestino Setembro Negro sequestrou e matou onze atletas israelenses na Olimpíada de Munique.



Em 1973, ocorreu novo conflito entre Israel e os países árabes vizinhos: a guerra do Yom Kippur. Em 1982, o exército israelense invadiu o Líbano visando a dar um fim aos ataques da OLP contra o norte de Israel. Como consequência, a OLP foi obrigada a transferir seu quartel-general para a Tunísia.


Em 1987, a população palestina do campo de refugiados de Jabaliyah, no norte da faixa de Gaza, atacou com pedras o exército israelense, desencadeando revoltas semelhantes em todo o território palestino, na revolta que ficou conhecida como a Primeira Intifada (palavra árabe que significa "revolta"). Na ocasião, foi criado, na cidade de Gaza, o Hamas, grupo fundamentalista islâmico palestino.


Em 1988, a OLP passou a aceitar a existência de dois estados no território palestino. A OLP declarou oficialmente a fundação do estado árabe da Palestina e a adoção da bandeira da revolta árabe contra o império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial como a bandeira oficial do novo estado.


Em 1993, Israel aceitou, através do acordo de Oslo, a criação de um governo independente na Cisjordânia e na faixa de Gaza.


Em 1998, foi inaugurado o aeroporto Internacional de Gaza, na cidade de Rafah, na faixa de Gaza.


Em 2000, ocorreu a Segunda Intifada, desencadeada pela visita do político israelense Ariel Sharon à esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, ato que foi considerado pelos palestinos como sendo uma provocação. Em represália, Israel ordenou o fechamento do aeroporto Internacional de Gaza e passou a bombardeá-lo repetidas vezes a partir de então[2].


Em 2002, o governo israelense começou a construir um muro demarcando a fronteira entre a Cisjordânia e Israel, com a finalidade de evitar o ataque de terroristas palestinos.


Em 2004, morreu Yasser Arafat, o histórico líder da OLP. O aeroporto Internacional de Gaza, embora em ruínas e inoperante devido aos seguidos ataques israelenses, mudou seu nome para aeroporto Internacional Yasser Arafat. Em 2005, Mahmoud Abbas assumiu a presidência da autoridade Nacional Palestina.


Nas eleições parlamentares de 2006, o Hamas conquistou a maioria das cadeiras no conselho Legislativo da Palestina. Isto desencadeou protestos de várias nações contrárias à violência do Hamas e fez com que o Fatah destituísse os membros do Hamas dos cargos executivos na Cisjordânia. O Hamas manteve no entanto o controle sobre a faixa de Gaza. A vitória do Hamas ainda provocou o estabelecimento de um bloqueio egípcio-israelense à faixa de Gaza. Os dois países passaram a controlar a entrada e a saída de pessoas na região visando a evitar a entrada de armas que poderiam ser utilizadas em ações terroristas contra Israel. Em 2010, um comboio enviando ajuda humanitária à faixa de Gaza foi atacado por patrulhas israelenses, ocasionando nove mortes.







Coisa


A palavra "coisa" é um bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma idéia. Coisas do português.

A natureza das coisas: gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma "coisificar". E no Nordeste há "coisar": "Ô, seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar?". Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha. Em Olinda, o bloco carnavalesco Segura a Coisa tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: "Segura a coisa com muito cuidado / Que eu chego já." E, como em Olinda sempre há bloco mirim equivalente ao de gente grande, há também o Segura a Coisinha. Na literatura, a "coisa" é coisa antiga. Antiga, mas modernista: Oswald de Andrade escreveu a crônica O Coisa em 1943. A Coisa é título de romance de Stephen King. Simone de Beauvoir escreveu A Força das Coisas, e Michel Foucault, As Palavras e as Coisas. Em Minas Gerais, todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem, que lá é chamado de "a coisa". A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a coisa!". Devido lugar: "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...)". A garota de Ipanema era coisa de fechar o Rio de Janeiro. "Mas se ela voltar, se ela voltar / Que coisa linda / Que coisa louca." Coisas de Jobim e de Vinicius, que sabiam das coisas. Sampa também tem dessas coisas (coisa de louco!), seja quando canta "Alguma coisa acontece no meu coração", de Caetano Veloso, ou quando vê o Show de Calouros, do Silvio Santos (que é coisa nossa). Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. Coisa-ruim é o capeta. Coisa boa é a Juliana Paes. Nunca vi coisa assim! Coisa de cinema! A Coisa virou nome de filme de Hollywood, que tinha o seu Coisa no recente Quarteto Fantástico. Extraído dos quadrinhos, na TV o personagem ganhou também desenho animado, nos anos 70. E no programa Casseta e Planeta, Urgente!, Marcelo Madureira faz o personagem "Coisinha de Jesus". Coisa também não tem tamanho. Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma" vira "coisíssima". Mas a "coisa" tem história na MPB. No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré ("Prepare seu coração / Pras coisas que eu vou contar"), e A Banda, de Chico Buarque ("Pra ver a banda passar / Cantando coisas de amor"), que acabou de ser relançada num dos CDs triplos do compositor, que a Som Livre remasterizou. Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta (ou melhor, verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava

nem aí com as coisas: "Coisa linda / Coisa que eu adoro". Cheio das coisas. As mesmas coisas, Coisa bonita, Coisas do coração, Coisas que não se esquece, Diga-me coisas bonitas, Tem coisas que a gente não tira do coração. Todas essas coisas são títulos de canções interpretadas por Roberto Carlos, o "rei" das coisas. Como ele, uma geração da MPB era preocupada com as coisas. Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade (afinal, "são tantas coisinhas miúdas"). Já para Beth Carvalho, é de carinho e intensidade ("ô coisinha tão bonitinha do pai"). Todas as Coisas e Eu é título de CD de Gal. "Esse papo já tá qualquer coisa...Já qualquer coisa doida dentro mexe." Essa coisa doida é uma citação da música Qualquer Coisa, de Caetano, que canta também: "Alguma coisa está fora da ordem." Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisa no devido lugar. Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. E tal coisa, e coisa e tal. O cheio de coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques. O cheio das coisas, por sua vez, é o sujeito estribado. Gente fina é outra coisa. Para o pobre, a coisa está sempre feia: o salário-mínimo não dá pra coisa nenhuma.. A coisa pública não funciona no Brasil. Desde os tempos de Cabral. Político quando está na oposição é uma coisa, mas, quando assume o poder, a coisa muda de figura. Quando se elege, o eleitor pensa: "Agora a coisa vai." Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma. Uma coisa é falar; outra é fazer. Coisa feia! O eleitor já está cheio dessas coisas! Coisa à toa. Se você aceita qualquer coisa, logo se torna um coisa qualquer, um coisa-à-toa. Numa crítica feroz a esse estado de coisas, no poema Eu, Etiqueta, Drummond radicaliza: "Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente." E, no verso do poeta, "coisa" vira "cousa". Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as coisas, para ser usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as pessoas? Bote uma coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são coisas. Há coisas que o dinheiro não compra: paz, saúde, alegria e outras cositas más. Mas, "deixemos de coisa, cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisa parecida", cantarola Fagner em Canteiros, baseado no poema Marcha, de Cecília Meireles, uma coisa linda. Por isso, faça a coisa certa e não esqueça o grande mandamento: "amarás a Deus sobre todas as coisas". Apesar desta coisa ser estranha, espero que você tenha gostado da coisa como ela é ENTENDEU O ESPÍRITO DA COISA?
Autor Desconhecido.

25 de Novembro de 1867 - Alfred Nobel, químico sueco e originário do prêmio Nobel, inventa a dinamite.


O conjunto de prêmios mais famoso do mundo é o Prêmio Nobel. Concedido para a mais destacada realização nas áreas de literatura, paz, economia, medicina e ciências, eles foram criados há um século por Alfred B. Nobel (1833-1896), um homem que fez fortuna produzindo explosivos; entre outras coisas, Nobel inventou a dinamite.

O que motivou este sueco fabricante de munições a dedicar sua fortuna a homenagear e recompensar aqueles que beneficiaram a humanidade?

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A imortalidade não está no tempo que você viveu, mas sim em como você viveu.

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A criação dos Prêmios Nobel ocorreu por um acaso. Quando faleceu o irmão de Nobel, um jornal publicou um longo obituário de Alfred Nobel, por engano, acreditando que fora ele a falecer. Assim, Nobel teve uma oportunidade concedida a poucas pessoas: ler seu próprio obituário ainda em vida. Aquilo que ele leu o horrorizou: o jornal o descreveu como um homem que tornara possível matar mais pessoas, mais rapidamente, que qualquer outro que jamais tinha vivido.

Naquele momento, Nobel percebeu duas coisas: que ele seria lembrado daquela maneira, e que não era assim que ele desejava ser lembrado. Pouco depois, ele estabeleceu os prêmios. Hoje, devido ao que ele fez, todos estão familiarizados com o Prêmio Nobel, ao passo que relativamente poucos sabem como ele construiu sua fortuna. O personagem de Shakespeare, Marco Antônio, estava errado: o bem que fazemos permanece vivo depois que deixamos este mundo. Para a maioria de nós, é o legado mais importante que deixamos para trás.

24 de Novembro de 1859 - Charles Darwin lança "A Origem das Espécies"


24 de Novembro de 1859 - Charles Darwin lança "A Origem das Espécies" onde expõe que as formas de vida originaram de um processo de seleção natural.


'A origem das espécies' já foi definido como o livro mais influente depois da Bíblia. Se esta hipótese peca pelo exagero, certamente vai a um ponto fundamental, já que o clássico indiscutível de Darwin sem dúvida alguma mudou a forma de se ler a Bíblia. Até Darwin sistematizar, no livro publicado em 1859, as idéias de origem comum para as espécies - que já vinham sendo defendidas por outros naturalistas - de variação lenta e gradual que chegaria a criar novas espécies e de seleção natural, a teoria dominante defendia a criação independente de todas as espécies de seres vivos que conhecemos, justamente como a Bíblia defende. Depois de Darwin, tudo isso mudou. A teoria defendida por Charles Darwin no livro, publicado em 1859 a partir das informações coletadas por ele durante sua viagem no Beagle, que percorreu o mundo entre 1831 a 1836, passando até pelo Brasil, tornaram-se a teoria dominante da moderna biologia. Uma de suas idéias, a da seleção natural, transcendeu as ciências naturais para invadir as humanas, e pode ser encontrada, até hoje, em tratados de economia.

23 de Novembro de 1935: Tem inicio, em Natal, Rio Grande do Norte, a Intentona Comunista liderada por Luis Carlos Prestes.

Com a companheira Olga Benário, no dia de sua prisão, após a derrota da insurreição de novembro de 1935. Composição dos jornais da época..



Intentona, significa "plano insensato" ou "intento de loucos", foi um termo pejorativo encontrado pela cúpula militar para desqualificar o movimento armado que Luís Carlos Prestes encabeçou. Prestes, capitão do Exército brasileiro, havia sido um dos líderes do movimento tenentista dos anos 1920.

O movimento iniciado em 23 de novembro de 1935 não pode ser limitado à iniciativa dos Comunistas. E sim, resultado da combinação de fatores internos, como a polarização política e o descontentamento de alguns setores com o governo Getúlio Vargas, por exemplo. E com fatores externos, como a vinculação do Partido Comunista Brasileiro (PCB) à Internacional Comunista - também conhecida pelo nome de Comintern.

Em março de 1935, foi criada no Rio de Janeiro, então capital da República, a Aliança Nacional Libertadora (ANL), reunindo, além dos comunistas, socialistas, tenentes, intelectuais e católicos. A fundação da ANL representou não apenas uma tentativa de contrapor-se à Ação Integralista Brasileira, movimento de inspiração fascista formado em 1932, como também ajudou a reunir os setores de oposição ao governo Vargas.

Apesar da sua formação heterogênea, a ANL logo passou a ser identificada com a figura de Prestes, principal líder da organização. Afinal, o "Cavaleiro da Esperança" participara do movimento tenentista, o que lhe garantia algum apoio junto aos oficiais; rompera com Vargas, o que o aproximava dos oposicionistas reunidos na ANL; e convertera-se ao comunismo, o que lhe valeu certo respaldo junto ao PCB.

Aproveitando-se da Lei de Segurança Nacional, aprovada em abril daquele mesmo ano em meio às mobilizações grevistas, Getúlio decretou a ilegalidade da Aliança Nacional Libertadora, proibida de realizar qualquer atividade pública após aquela data. A partir de então, a proposta de tomada do poder defendida pelos setores de oposição e, em particular, pelos comunistas começou a ganhar força dentro da ANL, culminando no motim iniciado em Natal, no dia 23 de novembro.

Na madrugada do dia seguinte, os levantes chegaram ao Distrito Federal (RJ), onde foram deflagrados ataques ao 3º Regimento de Infantaria, na Praia Vermelha; ao 2º Regimento de Infantaria e ao Batalhão de Comunicações, na Vila Militar; e à Escola de Aviação, no Campo dos Afonsos. Assim como no Recife, a mobilização no Rio de Janeiro foi rapidamente sufocada, o que não evitou as mortes ocorridas nos confrontos entre amotinados e forças legalistas - no ataque ao 3° Regimento, por exemplo, morreram 28 militares.

Como conseqüência dos episódios daquele fatídico mês de novembro, desencadeou-se uma intensa perseguição aos membros da ANL e aos comunistas, particularmente. O governo Vargas, com o apoio do Congresso Nacional, decretou estado de sítio em todo o país, o que lhe permitiu prender centenas de civis e militares acusados de ligação com a ANL e o PCB, entre o final de 1935 e início de 1936. Em março daquele ano, Getúlio decretou estado de guerra, concentrando poderes para, a partir de então, prender até mesmo parlamentares suspeitos de envolvimento com os levantes de novembro.

Ao longo de 1936, outras medidas foram tomadas pelo governo, como a criação da Comissão Nacional de Repressão ao Comunismo, encarregada de investigar os suspeitos de participação em movimentos ilegais, e o Tribunal de Segurança Nacional, responsável pelo julgamento dos envolvidos na Intentona de 1935. Em novembro de 1937, quase dois anos após os levantes, Vargas, aproveitando-se da conjuntura política favorável criada pela Intentona, deu um golpe de Estado, sob a justificativa de uma iminente ameaça comunista. Começava, assim, o Estado Novo.


* Vitor Amorim de Angelo é historiador, mestre e doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos. Atualmente, é professor de história da Universidade Federal de Uberlândia.

22 de novembro de 1910. - Marinheiros iniciam, na Baía da Guanabara, a Revolta da Chibata




22 de novembro de 1910. - Marinheiros iniciam, na Baía da Guanabara, a Revolta da Chibata, reivindicando melhores condições de trabalho na Marinha.

Introdução 

A Revolta da Chibata foi um importante movimento social ocorrido, no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro. Começou no dia 22 de novembro de 1910.  

Neste período, os marinheiros brasileiros eram punidos com castigos físicos. As faltas graves eram punidas com 25 chibatadas (chicotadas). Esta situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros.

Causas da revolta 

O estopim da revolta ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, desencadeou a revolta.

O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o comandante do navio e mais três oficiais. Já na Baia da Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos marinheiros do encouraçado São Paulo. O clima ficou tenso e perigoso.

Reivindicações

O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil).

Segunda revolta 

Diante da grave situação, o presidente Hermes da Fonseca resolveu aceitar o ultimato dos revoltosos. Porém, após os marinheiros terem entregues as armas e embarcações, o presidente solicitou a expulsão de alguns revoltosos. A insatisfação retornou e, no começo de dezembro, os marinheiros fizeram outra revolta na Ilha das Cobras. Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo governo, sendo que vários marinheiros foram presos em celas subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde as condições de vida eram desumanas, alguns prisioneiros faleceram. Outros revoltosos presos foram enviados para a Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na produção de borracha.

O líder da revolta João Cândido foi expulso da Marinha e internado como louco no Hospital de Alienados. No ano de 1912, foi absolvido das acusações junto com outros marinheiros que participaram da revolta.

Conclusão: podemos considerar a Revolta da Chibata como mais uma manifestação de insatisfação ocorrida no início da República. Embora pretendessem implantar um sistema político-econômico moderno no país, os republicanos trataram os problemas sociais como “casos de polícia”. Não havia negociação ou busca de soluções com entendimento. O governo quase sempre usou a força das armas para colocar fim às revoltas, greves e outras manifestações populares.

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Bibliografia indicada:


- Revolta da Chibata (Rio de Janeiro 1910)
  Autor: Roland, Maria Inês de França
  Editora: Saraiva
  Temas: História do Brasil


- A Revolta da Chibata
  Autor: Morel, Edmar
  Editora: Paz e Terra
  Temas: História do Brasil


João Cândido - O Almirante Negro
  Autor: Cheuiche, Alcy
  Editora: L&PM Editores
  Temas: História do Brasil, Biografias


Os que fizeram a Revolta da Chibata morreram ou foram presos, desmoralizados e destruídos. Seu líder terminou sem patente militar, sem aposentadoria e semi-ignorado pela História oficial. No entanto, o belíssimo samba "O Mestre-Sala dos Mares", de João Bosco e Aldir Blanc, composto nos anos 70, imortalizou João Cândido e a Revolta da Chibata. Como diz a música, seu monumento estará para sempre "nas pedras pisadas do cais". A mensagem de coragem e liberdade do "Almirante Negro" e seus companheiros resiste.

MÚSICA DE JOÃO BOSCO E ALDIR BLANCI EM HOMENAGEM A REVOLTA DA CHIBATA

Mestre-Sala dos Mares", de João Bosco e Aldir Blanc, composto nos anos 70, imortalizou João Cândido e a Revolta da Chibata. Como diz a música, seu monumento estará para sempre "nas pedras pisadas do cais". A mensagem de coragem e liberdade do "Almirante Negro" e seus companheiros resiste.

O Mestre Sala dos Mares

(João Bosco / Aldir Blanc)

(letra original sem censura)

Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o almirante negro
Tinha a dignidade de um mestre sala
E ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam das costas
dos negros pelas pontas das chibatas
Inundando o coração de toda tripulação
Que a exemplo do marinheiro gritava então
Glória aos piratas, às mulatas, às sereias
Glória à farofa, à cachaça, às baleias
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais
Salve o almirante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
Mas faz muito tempo

O Mestre Sala dos Mares
(João Bosco / Aldir Blanc)

(letra após censura durante ditadura militar)

Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o navegante negro
Tinha a dignidade de um mestre sala
E ao acenar pelo mar na alegria das regatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam das costas
dos santos entre cantos e chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
Que a exemplo do feiticeiro gritava então
Glória aos piratas, às mulatas, às sereias
Glória à farofa, à cachaça, às baleias
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais
Salve o navegante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
Mas faz muito tempo

21 de Novembro de 1962, A Bossa Nova era consagrada internacionalmente.


Acontecia o histórico concerto no Carnegie Hall de Nova Iorque, no qual participaram Tom Jobim, João Gilberto, Oscar Castro Neves, Agostinho dos Santos, Luiz Bonfá, Carlos Lyra, entre outros artistas.



Para a maioria dos críticos, a Bossa Nova se iniciou oficialmente em 1958, com um compacto simples do violonista baiano João Gilberto. Um ano depois, o músico lançou seu primeiro LP, “Chega de saudade”, que marcou definitivamente a presença do estilo musical no cenário brasileiro. Grande parte das músicas do LP era proveniente da parceria entre Tom Jobim e Vinícius de Moraes. A dupla compôs “Garota de Ipanema”, que é, sem dúvida, uma das mais importantes canções da história da música brasileira. Para se ter uma ideia, a mesma foi considerada em 2005, pela Biblioteca do Congresso norte-americano, como uma das 50 grandes obras musicais da humanidade.


Com base na onda de otimismo dos “Anos Dourados”, durante a década de 50, um grupo de jovens músicos e compositores de classe média alta do Rio de Janeiro começou a buscar algo realmente novo e que fosse capaz de fugir do estilo operístico que dominava a música brasileira. Estes artistas acreditavam que o Brasil poderia influenciar o mundo com sua cultura, por isso, o novo movimento visava a internacionalização da música brasileira.



Com as mudanças políticas causadas pelo Golpe Militar de 1964, as canções começaram a trazer temas sociais. Desta forma, a música se transformou em um claro instrumento de contestação política da classe média carioca, um símbolo de resistência à repressão instaurada pela ditadura. Era o início da MPB, a moderna música popular brasileira. De fato, o movimento que originou a Bossa Nova se findou em 1966, entretanto, seu fim cronológico não significou a extinção estética do estilo musical, o qual serviu de referência para inúmeras gerações de artistas.

20 de Novembro, Dia da Consciência Negra

Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.

A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira.

Zumbi foi o símbolo da resistência negra contra a escravidão e o último chefe do Quilombo dos Palmares, localizado na parte superior do rio São Francisco, na Serra da Barriga, antiga capitania de Pernambuco (atualmente Alagoas).
Não se conhece a data exata de seu nascimento. Com poucos dias de vida Zumbi foi capturado na região de Palmares pela expedição de Brás da Rocha Cardoso e dado de presente ao padre Antônio Melo, em Porto Calvo. Batizado com o nome de Francisco, cresceu aprendendo latim e português. Aos 15 anos fugiu para Palmares e adotou o nome Zumbi, que significava guerreiro.

Traído por um de seus principais comandantes, Antônio Soares, que trocou sua liberdade pela revelação do esconderijo de Zumbi, foi morto em 20 de novembro de 1695 (Dia da Consciência Negra). A cabeça de Zumbi foi decepada e levada para Recife e pendurada em local público até a total decomposição.


Coração das crianças sofre com a obesidade



Outro estudo realizado pela Faculdade de Fisioterapia da PUC-Campinas, com 45 crianças de nove a 11 anos de idade, separadas em grupos de não obesos, obesos e obesos mórbidos, comprovou que o desempenho cardiovascular de crianças é seriamente afetado pelos quilos extras.

Uma das descobertas está ligada à limitação durante as atividades físicas, o que pode gerar um ciclo vicioso, de acordo com o professor e pesquisador da Faculdade Mario Augusto Paschoal. "Crianças obesas mórbidas têm grande limitação cardiorrespiratória quando submetidas a esforços físicos se comparadas a crianças saudáveis da mesma idade. Esse aspecto faz com que as crianças obesas não pratiquem atividade física, devido à desmotivação, e isso as leva a engordar mais ainda e serem mais sedentárias, fechando o ciclo".

O estudo revelou também que as crianças obesas mórbidas atingiram apenas 48,7% do valor de consumo do oxigênio obtido no momento do pico do esforço físico se comparado ao atingido pelo grupo de crianças não obesas. "Para a saúde do sistema cardiovascular, é péssimo porque a obesidade leva à hipertensão arterial, diabetes e o desenvolvimento de doenças vasculares por causa do depósito de placas de gordura nos vasos, com risco futuro, muito maior, de infarto do miocárdio, por exemplo, e acidentes vasculares cerebrais, aumentando os índices de morbidade e mortalidade", explica Mario Augusto Paschoal. 

Camundongos esquizofrênicos

Nobel de Medicina vem ao Brasil e apresenta pesquisa com modelos animais que promete transformar o tratamento da esquizofrenia. A nova abordagem poderá levar ao desenvolvimento de drogas que atingem os variados sintomas da doença.
Por: Sofia Moutinho
Publicado em 07/11/2011 | Atualizado em 07/11/2011
Camundongos esquizofrênicos
Eric Kandel, laureado com o Nobel de Medicina por suas pesquisas sobre a memória, apresenta novo estudo sobre a esquizofrenia em congresso no Rio de Janeiro. (foto: Marcos Brandão)
Desde que ganhou o Prêmio Nobel de Medicina, em 2000, por seu estudo sobre a memória, o neurocientista e psiquiatra Eric Kandel, hoje com 82 anos, não perdeu o pique. O cientista esteve no Rio de Janeiro na última sexta-feira (4/10) para apresentar suas pesquisas sobre esquizofrenia com camundongos geneticamente modificados no 29º Congresso Brasileiro de Psiquiatria. 
Kandel e sua equipe, da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, criaram camundongos esquizofrênicos, que apresentam os sintomas chamados negativos e cognitivos da doença. Os sintomas negativos envolvem a falta de motivação e a dificuldade de interação social, já os cognitivos são caracterizados por problemas de atenção e déficits da memória de curto prazo.
Atualmente, não existem no mercado remédios que tratem esses sintomas da esquizofrenia. Os antipsicóticos combatem apenas os chamados sintomas positivos da doença, como as alucinações. Por isso, um dos objetivos da pesquisa é desenvolver novas drogas, mais completas, para o distúrbio.
Para criar os camundongos doentes, Kandel e sua equipe se basearam na ideia de que a esquizofrenia é, em parte, causada por um excesso da atividade do neurotransmissor dopamina, uma das substâncias responsáveis pela transmissão do impulso nervoso entre os neurônios.
A equipe de Kandel criou camundongos com hiperatividade de dopamina e os mesmos sintomas da esquizofrenia humana
A partir dessa hipótese, os pesquisadores decidiram superativar um dos receptores da dopamina, o D2, na região cerebral dos camundongos chamada corpo estriado. Assim eles conseguiram camundongos com hiperatividade de dopamina e os mesmos sintomas da esquizofrenia humana.
Ao contrário dos animais normais, que rapidamente aprendem tarefas em troca de recompensas, os animais modificados apresentaram dificuldade de aprendizado e falta de motivação. Embora demonstrassem prazer ao comer delícias como o milk shake desidratado oferecido pelos pesquisadores, eles não faziam esforço, se necessário, para conseguir a iguaria e se contentavam com a ração normal ao seu lado.
“Se você pudesse convidar um desses camundongos para jantar no melhor restaurante da cidade, ele responderia que não, pois daria muito trabalho andar até lá”, brinca Kandel. “E essa dificuldade de antecipar mentalmente o prazer é exatamente igual a que observamos em pacientes com esquizofrenia.”


Danos permanentes, drogas específicas

A equipe de Kandel também desenvolveu um método para reverter a superexpressão do receptor de dopamina nos camundongos modificados. A técnica não tem efeito de tratamento – funciona apenas como um interruptor da dopamina no cérebro dos animais –, mas permitiu uma nova descoberta sobre a esquizofrenia.
Camundongos modificados
Estudando camundongos modificados, os pesquisadores descobriram que a esquizofrenia surge durante a formação do cérebro e causa danos irreversíveis. (foto: Flickr/ Maria Akhmerova – CC BY-NC-SA 2.0)
Os pesquisadores observaram que não havia diferença no desenvolvimento da doença entre os camundongos que tiveram a superexpressão do receptor D2 desligada ao nascer e os animais em que o desligamento ocorreu na vida adulta. Ambos apresentaram distúrbios de comportamento.
“Isso mostra que a esquizofrenia é uma doença do desenvolvimento, que se forma quando o cérebro ainda está em formação”, diz Kandel. “É uma descoberta incrível e explica por que mesmo os antipsicóticos que miram no receptor D2 não têm efeito sobre os sintomas cognitivos dos pacientes.”
Com base nos resultados desses estudos, os pesquisadores buscam novas drogas que combinem ações específicas para cada sintoma da esquizofrenia.
Os pesquisadores buscam novas drogas que combinem ações específicas para cada sintoma da esquizofrenia
“Há mais de 40 anos que a farmacoterapia não lança nada de novo para as doenças psiquiátricas”, destaca Kandel. “Com esses modelos animais poderemos identificar e criar tratamentos para cada mecanismo envolvido na esquizofrenia”, completa.
Kandel também acredita que o seu estudo pode ser útil para o entendimento de outras doenças psiquiátricas de sintomas parecidos, como a depressão.
Ainda não há previsão de quando um medicamento será lançado, mas o pesquisador avisa que sua equipe já desenvolveu uma nova abordagem para tratar a esquizofrenia e que negociações com empresas farmacêuticas para testes com humanos estão em curso.

Sofia Moutinho

Ciência Hoje On-line

Ética, precisamos saber



O termo ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social.

A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos.

Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética. Num país, por exemplo, sacrificar animais para pesquisa científica pode ser ético. Em outro país, esta atitude pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos. Aproveitando o exemplo, a ética na área de pesquisas biológicas é denominada bioética.

Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe também a ética de determinados grupos ou locais específicos. Neste sentido, podemos citar: ética médica, ética de trabalho, ética empresarial, ética educacional, ética nos esportes, ética jornalística, ética na política, etc.

Uma pessoa que não segue a ética da sociedade a qual pertence é chamado de antiético, assim como o ato praticado.
Seremos japoneses um dia?

O dinheiro e as barras de ouro estavam em cofres e carteiras de vítimas do tsunami no Japão. Em casas e empresas destruídas. Nas ruas, entre escombros e lixo. Ao todo, o equivalente a R$ 125 milhões. Dinheiro achado não tem dono. Certo? 
Para centenas ou milhares de japoneses que entregaram o que encontraram à polícia, a máxima de sua vida é outra: 'não fico com o que não é meu'!  E em quem eles confiaram? Na Polícia, que localizou as pessoas em abrigos ou na casa de parentes e já conseguiu devolver 96% do dinheiro. 
A reportagem foi do correspondente da TV Globo na Ásia, Roberto Kovalick. A história encantou. “Você viu o que os japoneses fizeram?” Natural a surpresa.Num país como o Brasil, onde a verba destinada às inundações na serra do Rio de Janeiro vai para o bolso de prefeitos, secretários e empresários, em vez de ajudar as vítimas que perderam tudo, esse exemplo de cidadania parece um conto de fadas. O que aconteceu em Teresópolis e Nova Friburgo não foi um mero e imoral desvio de dinheiro público. Foi covardia. 
Político japonês não é santo. Em que instante a nossa malandragem deixa de ser folclórica e cultural e passa a ser crime de desonestidade? Por que a lei de tirar vantagem em tudo está incrustada na mente de tantos brasileiros? A tal ponto que os honestos passam a ser otários porque o mundo seria dos espertos? 
Eles devolveram às vítimas do tsunami R$ 125 milhões. Precisamos – nós e a Polícia – aprender a agir assim
Um dia, todos precisaremos aprender que não se coloca no bolso, na bolsa, nas meias e nas cuecas um dinheiro que não nos pertence.  É roubo.
"Não me importo com o que os outros pensam sobre o que eu faço; mas eu me importo muito com o que eu penso sobre o que eu faço. Isso é caráter."

RUTH DE AQUINO, é colunista de ÉPOCA - 

A ORIGEM DA PALAVRA TORCEDOR, voce sabia?


 
 
"No começo do futebol, ir ao estádio era um ato de elegância, principalmente, no Fluminense. Por isso o Fluminense até hoje tem essa fama de clube aristocrático. As mulheres se enfeitavam como se fosse ao Grande Prêmio Brasil, colocavam vestidos de alta costura, chapéus, luvas. Mesmo que a temperatura na cidade estivesse por volta dos 40º de temperatura, e...las iam de luvas. Como o calor era muito grande, elas tiravam as luvas e ficavam com as luvas nas mãos, e como ficavam nervosas com o jogo, elas as torciam ansiosamente. Os homens usavam a palheta, um chapéu de palha muito comum na época, muito elegante e também ficavam com o chapéu na mão enquanto torciam. O Coelho Neto, que além de poeta e cronista era pai de dois jogadores do Fluminense: o Preguinho, que foi o primeiro homem a fazer um gol pela seleção brasileira em uma Copa do Mundo, e do Mano, que morreu em conseqüência de um jogo de futebol, levou uma bolada e acabou morrendo; pois o Coelho Neto escreveu uma crônica em que ele usava a expressão “as torcedoras”, referindo-se às mulheres e dali a expressão pegou e nasceu a torcida. Havia quem dissesse que torcida vinha do fato de as pessoas torcerem os fatos, de o torcedor torcer os fatos a favor de seu clube, mas não foi daí que o termo veio não. Apesar de que quem torce, realmente torce as coisas e até distorce. Mas, na verdade, não foi por isso, foi mesmo pelo gesto das moças, principalmente, das que torciam as luvas entre as mãos".

(Luiz Mendes)

HALLOWEEN, fique por dentro



O Halloween se refere a comemoração do dia de Todos os Santos (01/11) e, simultaneamente, ao Dia de Finados ( 02/11).
Mais difundido nos páis de oriem Anglo-Saxônica, os países de lingua hispânica não celebram esta festa e sim a dos mortos.
... A tradição se iniciou na Irlanda e a origem do nome esta no fato do dia ser véspera do Dia de Todos os Santos ( “all hallow's eve” - “véspera de todos os santos” ). Lá, os adultos comemoram fazendo fogueiras e as crianças andam nas ruas exclamando os famoso “trinks or teats” = “doce ou travessuras”.
Os Celtas, antigo povo que habitava as ilhas britânicas, acreditavam que o mundo seria ameaçado na véspera do evento pela ação de terríveis demônios e fantasmas. Desta forma, o halloween nasce como uma preocupação simbólica, onde a festa cercada por figuras estranhas e bizarras teriam o objetivo de afastar a influência dos maus espíritos que ameaçariam as colheitas. Na idade média, em função da Inquisição, cujo Santo Ofício mandava para a fogueira todos aqueles que não professavam a religião cristã, chamando-os de bruxos, fez aproximar a crença pagã aos ritos da igreja católica.
Em 2009, o Vaticano condenou o halloween como uma festa perigosa, carregada por elementos anti cristãos.
No Brasil é conhecido com o dias das bruxas. E, apesar da imprensa destacar essa festividade norte-americana, os brasileiros não costumam se apegar à festa. É, na maioria, das vezes, comemorada pela elite, que vive apenas o que é estrangeiro, e por poucas pessoas das clases média e baixa. Além disso, o modo como o halloween é celebrado hoje, pouco tem a ver com as suas origens: só restou uma alusão aos mortos, mas com um carácter completamente distinto do que tinha no princípio.

Número de Diabéticos em Todo o Mundo Aumentou 30%


O número de pessoas com diabetes no mundo sobe para 366 milhões, 30% mais do que o registrado no ano passado, de acordo com o que foi revelado terça-feira (25/10/2011) por vários estudos internacionais que alertam para os fatores de risco como a obesidade, incluindo determinantes da doença.
No ano passado o número de pessoas afetadas pelo diabetes... no mundo atingiu 285 milhões e os gastos com saúde chegaram a um número estimado de 465.000 milhões de dólares.
Diabetes mellitus é um grupo de distúrbios metabólicos que são tratáveis, afeta diferentes órgãos e tecidos e é caracterizada por níveis aumentados de glicose no sangue.
Na Argentina, o Diabetes Society (DS) disse que o país não é exceção à regra e a mais recente Pesquisa Nacional de Fatores de Risco para o Ministério da Saúde mostrou que 10 por cento da população adulta tem esta doença na Argentina.
A pesquisa mostrou que o consumo reduzido de frutas e legumes aumentou a obesidade, sedentarismo, hipertensão, todas as doenças relacionadas ao diabetes.
Das pessoas com diabetes, a maioria, 90 por cento têm o tipo 2 (que não necessita de insulina para viver), e desse grupo, quase todos têm algum grau de obesidade pelos alimentos.
Olga Ramos, chefe honorário da Unidade de Nutrição e Diabetes, disse que “a alimentação dos argentinos é baseada em carne e excesso de amido, como massas, arroz, batatas, pão e queijos “.
A nutricionista disse que “a carne vermelha é necessária para prevenir a anemia e contribui para a formação e restauração dos tecidos”, mas disse que “também pode ser substituída por outras proteínas de origem animal que servem para a mesma função.”
O levantamento do Ministério da Saúde concordou que a obesidade na Argentina é um dos flagelos que mais aumentou em comparação com outros fatores de risco cardiovascular.

CARTA DE SANTOS SOBRE A PERÍCIA MÉDICA PREVIDENCIÁRIA


                                   ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS PERITOS


Os participante do I Forum Regional de Santos: “A perícia Médica como Agente de Justiça Social: O Novo Modelo de Perícia Médica”, abaixo assinados, vem a público declarar que:

  1. É necessário discutir o atual modelo de Perícia Médica Previdenciária, que se esgota em sua abordagem à doença do segurado e ainda é frágil em suas ações de prevenção aos acidentes e doenças relacionados ao trabalho;

  1. A concessão automática de benefícios a partir dos pré requisitos estipulados, como ser segurado obrigatório ( empregado, contribuinte individual, avulso, doméstico e segurado especial ) e possuir 24 contribuições ininterruptas anteriores ao requerimentos do benefício por incapacidade, trará novo patamar de qualidade ao atendimento nas Agências de Previdência Social, e, conferirá agilidade no processo de concessão de benefício por incapacidade;

  1. A implantação de um Novo Modelo de Concessão de Benefícios exigirá, por conseguinte, uma nova abordagem pericial, também calcada na prevenção dos acidentes de trabalho, permitindo que os Peritos Médicos, dediquem parte de sua jornada às ações de fiscalização e prevenção;

  1. Expressar a necessidade da reformulação da carreira de Perito Médico Previdenciário, com patamares mais exequíveis de jornada de trabalho e níveis salarias compatíveis com a nova função;

  1. Exigir o cumprimento do art. 14 da Convenção 155 da OIT, em vigor no Brasil desde 1993, segundo o qual questões de segurança, higiene e meio ambiente devem ser inseridas em todos os níveis de ensino e de treinamento;

  1. Propor ao Instituto Nacional de Seguro Social que patrocine a formação de especialistas em Medicina do Trabalho, entre os Peritos Médicos sem esta titulação;

  1. Convocar a sociedade civil, organizada nos Partidos Políticos, Sindicatos, Associações, Federações e Confederações de Trabalhadores, Entidades Patronais, etc a se mobilizarem na conjugação de esforços que busquem a implementação imediata de medidas concretas que reduzam, de forma impactante, os acidentes e doenças relacionadas ao trabalho;

  1. Pleitear a participação de representante dos Peritos Médicos Previdenciários nos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional de Previdência Social;


Santos, 26 de Outubro de 2011.










SOB CENSURA

EM PROTESTO CONTRA A SDE - Secretaria de Direito Econômico, CREMESP LANÇA A CAMPANHA LUTO PELA SAÚDE


Faixa da Campanha Luto pela Saúde, exposta na fachada da sede do Cremesp, em protesto à censura da SDE
 
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) vem a público lançar a campanha Luto pela Saúde, em protesto contra a censura imposta pela Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, que decidiu  coibir o recente movimento por remuneração digna e melhoria do atendimento aos usuários da saúde suplementar, deflagrado  pelas entidades  médicas em 7 de abril.
O Cremesp rechaça a tentativa da SDE de controlar e impedir a livre manifestação dos médicos em prol da dignidade profissional.
Ao tentar proibir a ação coletiva do movimento  médico, a SDE afronta a Constituição Federal e a democracia, que têm como fundamentos a  cidadania  e a liberdade de organização e de expressão.
A SDE, ao condenar a utilização dos princípios fundamentais do Código de Ética Médica,  extrapola suas atribuições e desrespeita as prerrogativas dos Conselhos de Medicina, asseguradas por lei.
No momento em que ignora as justas reivindicações dos médicos, apoiadas por inúmeras entidades da sociedade civil e de defesa do consumidor,  a posição da SDE acaba favorecendo os interesses econômicos das empresas de planos de saúde  e, com isso, prejudica ainda mais a população assistida.
O Cremesp, ao lado das demais entidades médicas, adotará todas as medidas judiciais necessárias para reverter a decisão arbitrária da SDE.
O Cremesp não renunciará às suas obrigações, compromissos e competências legais na defesa da sociedade e da classe médica. 
Damos início à campanha Luto pela Saúde,  estampada na sede do Cremesp e em diversos materiais a serem distribuídos, com o duplo propósito de manifestar a indignação dos médicos e reafirmar o compromisso prioritário com a saúde e a vida dos nossos pacientes.  
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
A seguir, acompanhe notas divulgadas pelo Conselho Federal de Medicina e pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, sobre decisão da Secretaria de Direito Econbômico (SDE):
ESCLARECIMENTOS AOS MÉDICOS E À SOCIEDADE EM GERAL
Diante da decisão arbitrária da Secretaria de Direito Econômico (SDE), que impede os médicos – por meio de suas entidades representativas – de expressarem sua opinião e pleitos com relação aos planos de saúde, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) manifestam publicamente seu repúdio à medida com base nos seguintes argumentos:
1) O processo administrativo instaurado pela SDE representa uma afronta inequívoca ao direito dos médicos e de todos os brasileiros de lutarem por melhores condições de trabalho e assistência num Estado moderno e democrático, fazendo-nos regredir aos tempos da ditadura e da opressão;
2) A decisão da SDE também privou os médicos da possibilidade de lutar pelo fim de práticas adotadas por operadoras de planos de saúde que interferem na autonomia do profissional e, por consequência, impedem o acesso dos seus usuários a procedimentos necessários ao diagnóstico e tratamento;
3) Com esta ação, a SDE desrespeitou a Constituição e as leis que fundamentam a cidadania e as liberdades de organização e de expressão no Brasil, agindo como um instrumento digno dos piores regimes autoritários a serviço de interesses políticos ou privados;
4) O ato da SDE se revela ainda mais injusto ao tratar os médicos e empresários de forma desproporcional: de um lado, penaliza o movimento de profissionais da Medicina como um cartel, sujeitando-o a medidas adequadas às empresas; de outro, ignora a ação coordenada dos empresários, que acumulam lucros exorbitantes, e condena trabalhadores e pacientes a se sujeitar ao pouco oferecido sem direito a reação;
5) Este processo abre precedentes sombrios e soa um alerta para a sociedade: se hoje o alvo da SDE são os médicos, em breve a artilharia pode se voltar para advogados, arquitetos, engenheiros, jornalistas, professores, metalúrgicos ou qualquer outra categoria que OUSE lutar para que seus direitos e sua voz sejam ouvidos e respeitados.
6) Asseguramos à sociedade e aos médicos brasileiros: o CFM e os CRMs não se curvarão a essa decisão arbitrária e responderão à altura – pelos meios legais – à agressão gratuita sofrida, honrando, assim, seus compromissos e competências legais em prol da Medicina. Por outro lado, sua missão é mais ampla abarcando a defesa veemente dos interesses da sociedade, em especial dos pacientes e familiares.
Acreditamos que a ética prevalecerá, fazendo com que as autoridades competentes percebam os equívocos acumulados e revoguem essa decisão tomada em detrimento da saúde e da cidadania.

Conselho Federal de Medicina


Faz que conta que eu sou o Entrevistado, pois responderia a mesma coisa, se tivesse essa capacidade de formulação.

As palavras do entrevistado carregam uma imensa sabedoria. Ainda que a matéria seja meio longa, não deixe de lê-la na íntegra. Você só terá a ganhar com isso, valerá a pena.
  
A revista ISTO É publicou esta entrevista. O entrevistado é Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra, com Pós-Graduação em administração de empresas pela USP, consultor organizacional e conferencista de renome nacional e internacional.

'Cuidado com os burros motivados'  
Em 'Heróis de Verdade', o escritor combate a supervalorização das aparências, diz que falta ao Brasil competência, e não auto-estima.

ISTO É - Quem são os heróis de verdade?
Roberto Shinyashiki -- Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter  carro importado, viajar de primeira classe.
O mundo define que poucas pessoas deram certo.
Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes.
E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados.
Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu à pena, porque não conseguiu ter o carro, nem a casa maravilhosa.
Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa, possa se orgulhar da mãe.
O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes.
Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros.
São pessoas que sabem pedir desculpas e admitiram que erraram.

ISTO É -- O Sr. citaria exemplos?
Shinyashiki --  Quando eu nasci, minha mãe era empregada doméstica e meu pai, órfão aos sete anos, empregado em uma farmácia.
Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis.
Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem..
Acho lindo  quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito '100% Jardim Irene'.
É pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes.
O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana.
Em países como o Japão, a Suécia e a Noruega, há mais suicídio do que homicídio.
Por que tanta gente se mata?
Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher, que embora não ame mais o marido, mantém o casamento, ou o homem que passa  décadas em um emprego, que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.

ISTO É -- Qual o resultado disso?
Shinyashiki -- Paranóia e depressão cada vez mais precoce.
O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a depressão  aparece.
A única coisa que prepara uma criança para o futuro, é ela poder ser criança.
Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos. Essas crianças  serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas.
Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo...

ISTO É - Por quê?
Shinyashiki -- O mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento.
É contratado o sujeito com mais marketing pessoal.
As corporações valorizam mais a auto-estima do que a competência.
Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas  palavras.
Disse que ela não parecia demonstrar interesse.
Ela me respondeu estar muito interessada, mas como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque ela era candidata a um   emprego na contabilidade, e não de relações públicas.
Contratei-a na hora.
Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.

ISTO É -- Há um script estabelecido?
 Shinyashiki -- Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um  presidente de multinacional no programa 'O Aprendiz'?
- Qual é seu defeito?
Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal:
- Eu mergulho de cabeça na empresa. Preciso aprender a relaxar.
É exatamente o que o Chefe quer escutar.
Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido?
É contratado quem é bom em conversar, em fingir.
Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder.
O vice-presidente de uma as maiores empresas do planeta me disse:
'Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir'.
Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor!

ISTO É -- Temos um modelo de gestão  que premia pessoas mal preparadas?
Shinyashiki -- Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade  de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e  não se preocupam com o conhecimento.
Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência.
Cuidado com os burros motivados.
Há muita gente motivada fazendo besteira.
Não adianta você assumir uma função, para a qual não está preparado.
Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão.
Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso, para o qual eu não estava preparado.
Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia.
O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.

ISTO É -- Está sobrando auto-estima?
Shinyashiki -- Falta às pessoas a verdadeira auto-estima.
Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa.
Antes, o ter conseguia substituir o ser.
O cara mal-educado  dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom.
Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser, nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer.
As pessoas parecem que sabem, parece que fazem, parece que acreditam. 
E poucos são  humildes para confessar que não sabem.
Há muitas mulheres solitárias no Brasil, que preferem dizer que é melhor assim.
Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.

ISTO É -- Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo e de valorizar a aparência?
Shinyashiki -- Isso vem do vazio que sentimos.
A gente continua  valorizando os heróis.
Quem vai salvar o Brasil? O Lula.
Quem vai  salvar o time? O técnico.
Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta.
O problema é que eles não vão salvar nada!
Tive um professor de filosofia que dizia:
'Quando você quiser entender a essência do ser
humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarréia durante um jantar no Palácio de Buckingham'. Pode parecer incrível, mas a  rainha Elizabeth também tem diarréia.
Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de tristeza, já fez coisas que não deram certo.
A gente tem de parar de procurar super-heróis, porque se o super-herói não segura a onda, todo mundo o considera um fracassado.

ISTO É -- O conceito muda quando a expectativa não se comprova?
Shinyashiki -- Exatamente.. A gente não é super-herói nem  superfracassado.
A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza.
Não há nada de errado nisso.
Hoje, as pessoas estão questionando o Lula, em parte porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram.
A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.

ISTO É -- Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas coisas, já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos?
Shinyashiki -- Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir facilmente.
Há várias coisas que eu queria e não consegui.
Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles (risos).. Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos.
Com uma criança especial, eu aprendi que, ou eu a amo do jeito que ela é, ou vou massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que  fosse.
Quando olho para trás, vejo que 60% das coisas que fiz deram certo.
O resto  foram apostas e erros.
Dia desses apostei na edição de um livro, que não deu certo.
Um amigão me perguntou:
'Quem decidiu publicar esse livro?'
Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir..

ISTO É - Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência?
Shinyashiki -- O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as  pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las.
São três fraquezas:
A primeira é precisar de aplauso, a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança.
Os Beatles foram  recusados por gravadoras e nem por isso desistiram.
Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno.
Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B. B. King ou o Keith Richards.
Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates.
O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.

ISTO É -- Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?
Shinyashiki -- A sociedade quer definir o que é certo. São quatro  loucuras da sociedade..
A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se eles não tivessem significados individuais.
A segunda loucura é:
Você tem de estar feliz todos os dias.
A terceira é:
Você tem que comprar tudo o que puder. O resultado é esse consumismo absurdo.
Por fim, a quarta loucura:
Você tem de fazer as coisas do jeito certo. 
Jeito certo não existe.
Não há um caminho único para se fazer as coisas.
As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade.
Felicidade  não é uma meta, mas um estado de espírito.
Tem gente que diz que não será feliz, enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento.
Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou com amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar ou  indo à praia ou ao cinema..  
Quando era recém-formado em São Paulo , trabalhei em um hospital de pacientes terminais.
Todos os dias morriam nove ou dez pacientes.
Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte.
A maior parte pega o médico pela camisa e diz:
'Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei à vida inteira, agora  eu quero aproveitá-la e ser feliz'.
Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas.
Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, mas sim de ter esperado  muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida.

Médicos do SUS vão protestar contra as más condições de assistência e a baixa remuneração

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Em alguns estados, já existe indicativo de suspensão de atendimentos eletivos durante 24 horas; os profissionais querem chamar a atenção para a crise que paira na rede pública.

Em 25 de outubro, médicos de todo o país protestarão contra as más condições de assistência e a baixa remuneração dos profissionais oferecidas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A mobilização nacional em defesa da rede pública quer chamar a atenção da sociedade e dos tomadores de decisão para a crise instalada na assistência em saúde na rede pública. O clima de insatisfação é grande. Em alguns estados – como Minas Gerais, Pará e Pernambuco – há, inclusive, indicativo de suspensão dos atendimentos – por 24 horas - na data do protesto.