Qualidade de Vida

Hoje estive em Brasília, quando participei da Assembléia Geral Extraordinária dos Médicos Peritos do INSS. A  pauta, oficializar o encerramento do movimentos grevista desencadeado há 82 dias. Declarada ilegal pelo STF, não nos restou outra alternativa. De concreto nenhuma conquista, apenas o amadurecimento na organização de uma categoria - Peritos Previdenciários. O Governo, na pessoa do  Ministro da Previdência Social, Sr. Carlos Eduardo Gabas, manteve-se intransigente, negando-se à negociação. Enquanto outros Ministérios oferecem a possibilidade de seus funcionários optarem por uma carga horária de 30 horas semanais, mantendo remuneração de 40 horas, nós tivemos essa opção, peremptoriamente, negada. Ao contrário do que se possa imaginar, tal medida viria a potencializar as ações do Ministério ao permitir o funcionamento das Agências da Previdência por 12 horas ao dia e permitir que nós médicos pudéssemos exercer a medicina clínica, no hospital e/ou consultório, prática esta fundamental para o embasamento técnico-científico de nossa profissão. Trabalhar 40 horas semanais significa dedicar 10 horas por dia ao INSS: 30 minutos de deslocamento para ir ao trabalho, 8 horas, efetivamente, trabalhadas, 1 hora de almoço e mais 30 minutos de retorno do trabalho para casa. Definitivamente, uma carga de trabalho sobre humana se pensarmos que depois me desloco para o consultório, de onde saio, muitas vezes, depois das 22 horas. Invariavelmente, 14 a 15 horas de trabalho ao dia. Se necessitamos de, pelo menos, 6 horas de sono por dia e ainda tomamos banho, escovamos os dentes, etc; como falar de lazer, atividade física, cultura...? Por outro lado, como dedicar-se,  integralmente, ao INSS, abandonando a clínica e realizar uma perícia médica de qualidade se a minha profissão exige prática, estudo e atualização constante? Ainda não tenho essa resposta. Se alguém estiver pensando em alguma coisa que possa nos ajudar, comente aqui, quem sabe o Ministro não lê..rsrsrs