A segunda lei de Newton


 

A segunda lei de Newton

           

            Isaac Newton viveu na segunda metade do século XVII. Matemático, físico, astrônomo; é reconhecido até hoje como um dos cientistas mais influentes de todos os tempos, e como uma figura central no que foi chamado de Revolução Científica, quando na esteira do renascentismo, surgiu a ciência desatrelada à Teologia. Newton, com sua genialidade, afirmou que, “a força resultante que atua sobre um corpo é igual ao produto de sua massa pela aceleração”. O que significa dizer que quando um corpo está sujeito à ação de uma força, este adquirirá uma aceleração na mesma direção e no mesmo sentido da força resultante. Lembrei disso ao cruzar a rua em que moro e ver três rapazes empurrando um carro que se encontrava parado enguiçado. Já pensaram se cada um deles empurrasse o carro em direções diferentes? Certamente o carro não teria saído do lugar. Quem sabe estivesse em pedaços, face suas condições de uso e manutenção! Coisa de desenho animado!

            Este conceito ajudou a humanidade a chegar aonde estamos.  Sua formulação não surgiu de um sonho na madrugada, mas decorrente de observações feitas anteriormente por Aristóteles sobre a movimentação dos corpos e de Galileu Galilei sobre a inércia.

            O Materialismo Histórico é um método de estudo da sociedade. Elaborado, inicialmente,  por Karl Marx e Friedrich Engels no século XIX, “procura as causas de desenvolvimento e mudanças na sociedade humana nos meios pelos quais os seres humanos produzem coletivamente as necessidade da vida”. Esta é uma concepção social filosófica, que diz ser o modo de produção econômico o fator determinante para o desenvolvimento histórico e sociocultural de uma sociedade. Para este pensamento, o modo de produção capitalista se define na relação da infraestrutura – trabalho e relações comerciais -, com a superestrutura – ideologia: governos, leis, costumes e tradições; onde a primeira é determinada pela segunda.

            Duas formulações, física e socioeconômica, que nos trazem a beleza da evolução científica, do estudo e do conhecimento. E do prazer de estudar. Você pode até discordar  delas mas vai ter que apresentar justificativas muito fortes para tanto, e demonstrá-las experimentalmente, de forma que sua ideia possa ser reproduzida. O segundo passo é vê-la aprovada pelo mundo acadêmico e tê-la publicado em revistas científicas. O fim, sua consagração com a nomeação ao Prêmio Nobel! Como podem ver, nada muito complicado. Mas, como somos “normais”, nos resta entender a ciência e aplicá-la em nossa vida. Algumas vezes fazemos isso intuitivamente, como os rapazes solidários ao proprietário do “fusca” enguiçado. Em outras vezes, poderemos ser ajudados pela conhecimento científico acumulado pela humanidade até agora. O certo é que em nosso meio, a grande maioria não tem acesso às informações como poderiam e deveriam ter. “A informação, a cultura, o estudo, valem ouro”, dizia, insistentemente, meu pai, E eu que o achava um chato!

            Muitos não sabem, mas a política também é uma ciência; para uns até uma arte. Relacionada ao entendimento entre pessoas com vista a organização, direção e administração da vida em comunidade em uma democracia. Esse termo surgiu na Grécia Antiga, aproximadamente no século VI a.c. Os filósofos gregos entendiam o seu exercício como a principal característica do homem livre. Para eles, a política tinha como objetivo a justiça comum a todos.

            Para nós também. Física, sociologia, economia e política são resultados de estudos e experimentações. Tentemos fazer isso, o máximo que pudermos. Assim poderemos, por algum aspecto, voltar aos tempos da Grécia Antiga e construir uma “vida melhor e mais virtuosa”, como diziam; e, com menos “memes”, fanatismos e idolatria de alguns poucos incultos, insipientes, que insistem em se passar por maioria.        Façamos como Newton. Concentremos nossas energias em uma mesma direção. Nosso país precisa acreditar em si próprio, com toda a sua diversidade cultural e seus recursos naturais. Nosso desenvolvimento não cairá do céu ou virá de fora. Está aqui dentro. Temos um projeto de nação, trabalhista – desenvolvimentista. Juntos, com força, aceleraremos nosso trem, formado por uma grande locomotiva e muitos, muitos, vagões, que é isso que somos.

25 de maio de 2021

Marcio Aurelio Soares

Nenhum comentário: