Traidor dos Brasileiros
O atual
presidente da república recebeu quase 58 milhões de votos. Elegeu-se presidente
com um discurso moralista, anticorrupção e prometendo acabar com a violência
urbana. À época, a imprensa canalizava toda a indignação popular com a carestia
e o desemprego sobre os ombros do partido político que governou por 14 anos e cujos
militantes foram apelidados de PTralha.
E, mais que isso, bastava não ser apoiador do candidato da extrema-direita que
era o suficiente para ser equiparado a um ladrão, batedor de carteiras. A
sociedade se polarizou entre os corruptos e os combatentes da corrupção. Criou-se
um estigma tão grande que boa parte das
vozes de oposição se calaram. Acuados, líderes políticos e empresários foram
presos e linchados moralmente em praça pública. Sua militância apequenou-se. O
embate se limitou ao campo jurídico. Por seis longos anos, vivemos um extensa
novela com capítulos diários transmitidos pelos telejornais. Um verdadeiro
massacre. Merecido? Deixo a pergunta.
Ao contrário
do senso comum que tenta nos convencer de que o brasileiro é indolente e não
muto afeto às honestidades, somos um povo trabalhador. Mesmo diante de injustiças
históricas que cavam um grande fosso social e econômico, o brasileiro busca o
trabalho como caminho para a sua sobrevivência e abomina os maus feitos,
encarnados na classe política, exatamente por aqueles que a domina e pretendem
com isso afastar a população do centro do poder.
Venderam
gato por lebre. Ou você votaria em um político que tenha pago R$ 56.160,00 de
gasolina num só dia? E que tal um candidato cujos funcionários tenham sacado R$
551 mil em dinheiro vivo de seus próprios salários? E o Queiroz? Por onde anda
o Queiroz? Ah, sim. Acharam o Queiroz! Mas e o dinheiro que ele depositou na
conta da 1ª Dama? Foram 89 mil reais! Tá somando? Isso é só o varejo.
Você não esperava
por isso. Tenho certeza. Mas isso aconteceu porque não prestamos muita atenção
no que o deputado falava e fazia durante seus 28 anos de Congresso. Preferimos
achar que era só bravata, fanfarronice; mesmo quando na década de 1990 foi a TV
defender “uma guerra civil com o assassinato de pelo menos 30 mil pessoas”,
além de dizer que sonegava impostos e aconselhava a todos fazerem o mesmo.
Lembram-se disso? A imprensa e as redes sociais estão cheias de registros
desses tipos de depoimento. Está vivo em minha memória o dia que ele falou que
só não estuprava uma mulher porque ela era feia, ou o dia que brindou a um
famoso torturador. Achávamos que ele era louco. Hoje temos certeza que temos um
Presidente louco.
Não se
sintam culpados. Ele é traidor. Você não! Saberemos ter um voto de equilíbrio.
07 de junho de 2021
Marcio Aurelio Soares
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