Falta investimento e não lei

O Brasil é sem dúvida um país de leis. Tem lei para tudo por aqui. Na área da Saúde nem se fala. Em 2012, entrou em vigor a lei 12.732 que, para os leigos, resguarda um direito da população, mas por outro lado é quase um conto digno de Monteiro Lobato.

A lei supracitada garante que os pacientes com diagnóstico de câncer iniciem seu tratamento em um período máximo de 60 dias após comprovada a doença. Existem várias modalidades de tratamento e todas são oferecidas pelo Sistema Único de Saúde, ou seja, todos os cidadãos têm direito a atendimento gratuito.

Linda lei não? Só que totalmente ineficaz na maior parte do país. Vamos ver um caso. Imagine uma pessoa que reside no Interior do Pará que é diagnosticada com a doença. Como em 60 dias essa pessoa vai começar seu tratamento gratuito pelo SUS se em sua cidade não há Centro Cirúrgico, nem Radioterapia, nem locais adequados para a quimioterapia ou para realizar um transplante de medula óssea?

É totalmente certo criarmos leis para salvaguardar um direito constitucional como é a Saúde. Mas, se ao invés de investirmos tanto em deputados e estrutura para criarmos leis, optarmos por construir a infra-estrutura necessária para levarmos atendimento de excelência em Saúde em todas cidades do Brasil?


Não adianta mandar médicos ao sertão se ele não conseguir nem ao menos fazer uma radiografia. Esse médico vai acabar virando um curandeiro e não resolverá o problema da saúde da nação.

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