Veículos ou Gente? Uma decisão da Cidade!

O Jornal A Tribuna do último domingo (16) trouxe uma notícia interessante: A frota de veículos cresce 113 vezes mais que a população santista. De acordo com dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP) expostos na matéria, de 2000 a 2012 houve um aumento de 37% da frota de Santos.  Hoje temos 296.028 veículos circulando na Cidade. Já a população cresceu apenas 0,39%, apesar das torres enormes que vemos germinar por todos os cantos da ilha. Nossa população hoje é de 419.614 moradores. Isso corresponde que para cada 1,5 morador temos um veículo.

A culpa dessa realidade assustadora que vemos no dia a dia da mobilidade urbana da Cidade é do Poder Público que não investe em transporte público de qualidade devido a interesses outros. Em 2011 foi aprovado um novo plano diretor do Município que irá agravar durante sua vigência (próximos dez anos) essa inoperante situação que vivemos no trânsito santista.

Na Suíça, por exemplo, o sistema de transporte é baseado em metros, trens e VLT. A faixa carroçável da rua é ocupada em 80% por VLTs, deixando apenas 20% para carros, motos e ônibus. Com isso, os suíços são incentivados a usar a rede integrada de transporte que lá funciona e bem percorrendo distâncias como de Santos para São Paulo em menos de 40 minutos com segurança, ar-condicionado e serviço perfeito.

O tal Bike Santos, que aqui é festejado, acontece na Suíça com carros em um sistema idêntico. O único problema é que carro não tem privilégios na rua. Esses são dados apenas ao transporte coletivo.

A Baixada, segundo dizem as autoridades, vai receber um VLT. É preciso que ele integre o sistema de uma forma que leve a população a deixar o carro em casa, e não que divida o espaço dos mesmos. Então o serviço tem que ter qualidade e prever um planejamento de novas linhas a médio prazo. Esse VLT chega com um atraso de uns 15 anos ao sistema de transporte regional.

Vocês devem estar pensando, o que um médico como eu entende de trânsito? Ora, a mobilidade também é Saúde. Afinal, existe o stress do trânsito, os acidentes, fora os acessos aos nossos deteriorados hospitais precisam de agilidade pelo bem do ser humano necessitado. E, além do mais, sou um cidadão preocupado com a sociedade e que estou inserido. A saída da mobilidade urbana é apostar no munícipe e não nos carros. Enquanto essa postura não mudar na cabeça dos políticos locais teremos mais e mais carros naturais de Santos e poucos santistas de verdade.

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