O SUS que pouca gente conhece

O Sistema Único de Saúde nasceu na década de oitenta, fruto da reivindicação social da sociedade civil através de movimentos pela reforma sanitária, sendo institucionalizado pela Constituição de 1988. O SUS tem como objetivo integrar e coordenar as ações de Saúde nas três esferas do governo, federal, estadual e municipal. E visa “articular e coordenar ações promocionais e de prevenção, como as de cura e reabilitação”. 

 São três os princípios doutrinários que conferem legitimidade ao SUS: a universalidade, a integralidade e a equidade. A universalidade está ligada à garantia do direito à Saúde por todos os brasileiros. Tal conceito parte da ideia de que existem várias dimensões que são integradas envolvendo a Saúde dos indivíduos e da coletividade. Como princípio complementar ao da universalidade significa tratar as diferenças em busca da igualdade. Este princípio veio ao encontro da questão do acesso aos serviços, acesso esse muitas vezes prejudicado por conta da desigualdade social entre os indivíduos. Fala-se em prioridade no acesso às ações e serviços de Saúde por grupos sociais considerados mais vulneráveis do ponto de vista socio-econômico.

A concepção de um Sistema Único de Saúde e sua institucionalização por meio da Constituição foram um dos maiores avanços na luta pela construção de um país mais justo e menos desigual. Se ainda existem problemas no atendimento público da Saúde – e não são poucos, é inegável o fato de que, a despeito disso, o SUS contribuiu muito para o fortalecimento da cidadania nacional, uma vez que o direito ao atendimento à Saúde é um importantíssimo direito social.

Mas pouca gente sabe que temos no país, o maior sistema de Saúde pública do planeta. E que a Saúde por aqui é considerada um direito constitucional. 

Possuímos hoje um dos maiores programas públicos de transplantes de órgãos e tecidos do mundo, com 548 estabelecimentos de Saúde e 1.376 equipes médicas autorizadas a realizar transplantes. No 1º semestre de 2012 foram realizados 3.550 transplantes de órgãos e 3.265 de tecidos, 26,5% a mais que o mesmo período do ano anterior. Em 2009, foram realizadas 65,4 mil cirurgias cardíacas. O Brasil é o segundo País em número de cirurgias cardíacas no mundo, a maior grande parte, realizadas pelo SUS. Igualmente, o Ministério da Saúde oferece tratamento gratuito e universal a todos os portadores do vírus da hepatite C por meio da distribuição de medicamentos de alto custo e do atendimento ambulatorial e hospitalar. O mesmo acontece com os portadores de HIV – desenvolvemos o maior programa mundial de combate, prevenção e tratamento da AIDS e, por isso, servimos de modelo para inúmeros países em todo o mundo. Projeto este que se iniciou aqui em Santos na gestão do doutor David Capistrano na Secretaria de Saúde. 

Somos um País continental, nossos números, portanto, também são de dimensões continentais. Consolidar essas ações e garantir atendimento básico e de urgência com qualidade deve, neste momento, ser a prioridade.

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