Vida tem preço? Homenagem à Lucas!


A Baixada Santista está estupefata com a morte do recém-nascido Lucas, de um mês e meio de idade no dia 20 de maio. Para quem não conhece a história, o pequeno Lucas sofria de cardiopatia congênita e faleceu na UTI da Santa Casa de Santos. Ele precisava ser removido para o Instituto do Coração para se submeter a uma cirurgia. Uma determinação judicial obrigava o Governo do Estado de São Paulo a fazer o deslocamento da criança e a operação, só que a administração estadual se recusou a pagar um helicóptero para a transferência do paciente. O agravante da situação é que o Estado não cumpriu uma liminar, assinada pelo juiz da Vara da Infância e da Juventude de Santos, Evandro Renato Pereira, que determinava ao Estado que procedesse a transferência, até com a ajuda de um helicóptero, se preciso fosse.
Ora, o quanto vale cumprir a determinação judicial e salvar uma vida? Sou solidário com a revolta e desabafo do colega Cesar Augusto Conforti (foto), do Departamento de Cirurgia Cardíaca da Santa Casa de Santos, que fez severas críticas a Administração Municipal e Estadual. Segundo ele, a Saúde estadual é tratada como um “engana que eu gosto”.

Conforti afirma que o Estado e a Prefeitura vendem a falsa imagem de que prestam atendimento cirúrgico para crianças de baixo peso. De acordo com ele, os médicos são impedidos pelo Poder Público de realizar cirurgias nesses pacientes porque é caro e ninguém quer pagar a conta. O pior, segundo ele, é que a Santa Casa possui todas as condições de realizar a operação que Lucas precisava. Falta apenas uma UTI apropriada para isso. E mais: Conforti sugere a prisão do prefeito, do secretário de Saúde de Santos e do Estado como responsáveis pelo falecimento do recém-nascido.

A Constituição Brasileira garante a Saúde como direito de todo cidadão. É dever dos que estão em mandatos públicos Executivos fazer valer os direitos de todos nós. Afinal, os deveres, como IPTU, ISS e outros impostos eles nunca esquecem de nos cobrar, não é mesmo?

A morte do anjo Lucas deve servir de impulso para que dotarmos não apenas Santos, mas toda a Região, dessa UTI capacitada para operar pacientes recém-nascidos.  E que merecidamente a unidade leve o nome do menino, uma forma de perpetuarmos a inoperância de todos os envolvidos que não cumpriram a missão essencial e primária de todo servidor público: proporcionar VIDA a todos os cidadãos.

Um comentário:

Raquel Lang disse...

Sou solidária à sua homenagem e manifesto indignado. Esse país, que eu amo muito, está vivendo o pior momento da sua história, ainda que os governantes achem que nos enganem com seus discursos mentirosos. Até quando isso ainda ocorrerá? Acho que por muito tempo ainda. O governo está trabalhando para essa massificação e domesticação há muitos anos. E a maioria, que vive de esmola, não consegue perceber. Lamentável...