É comum dizer que ansiedade é ruim, que faz mal às pessoas, que acabam
por se consumir por um estado permanente de eminência de fatos ruins e cuja
emergência os obrigam a se manterem em estado de alerta. Fulano é muito
ansioso, não dorme, gagueja, tem tremor nas mãos e nunca termina o que esta
fazendo, ao invés de completar sua tarefa já esta pensando no próximo
compromisso. São pessoas de relacionamento amoroso instável, às vezes, muito
irritadasa ponto de comprometer a sua vida social. E, muitas vezes, portadoras
de vício, como o tabagismo, a impulsão alimentar, o hábito de roer as unhas, entre
outros.
Se isso é verdade,
também não está errado dizer que a ansiedade faz bem.
Em psiquiatria, na
maioria das vezes, tão importante quanto à existência de sinais e sintomas, é a
intensidade e o tempo desses sinais e sintomas. Quem nunca, em alguma fase da
vida, não brincou de pisar, somente, fora (ou dentro) das listras da calçada,
ou no calçamento mais claro ou mais escuro? Quem nunca teve a mania de deixar a
escova de dente numa só posição? Nem por causa disso é obsessivo ou compulsivo.
Ansiedade é uma
resposta que nosso organismo oferece a uma situação de agressão. Assim, stress
é igual a uma agressão e a ansiedade age como resposta. Criamos um mecanismo
biológico de defesa que poderia significar a sobrevivência, ou não, de nossa
espécie. Imaginem, há milhares e milhares de anos, quando nômades, vagávamos em
busca de alimentos! Com certeza, nossa rotina alternava entre apanhar vegetais
(por isso fazemos pinça entre o indicador e o polegar), nos proteger do frio,
do sol, e outras intempéries e, enfrentar ou fugir de animais que pudessem
ameaçar nossa integridade. Enfrentar um leão ou uma cobra venenosa exigia
grande esforço, pois, desconhecíamos as ferramentas e só podíamos contar com
nosso próprio corpo em nossa defesa.
Acontece, então, uma Reação
de Alarme. O coração aumenta seus batimentos (taquicardia), a pressão
sanguínea aumenta, os vasos sanguíneos da pele e dos órgãos se contraem
(vasoconstricção) e os do másculo se abrem (vasodilatação), o fígado libera
glicose (glicogenólise), ocorre dilatação dos brônquios (broncodilatação) e
aumento da frequência respiratória (hiperpneia), as pupilas se dilatam
(midríase); enfim, uma cascata de hormônios e neurotransmissores é desencadeada
e entram em ação em milésimos de segundos. Órgãos como o hipotálamo, a hipófise
e as suprarenais comandam essas reações.
Mas se você não morreu
ou não conseguiu fugir e teve que se manter em situação de espreita, em
permanente atenção, acontece a Fase de Adaptação ou Resistência, quando
a tensão se mantem e o risco iminente ainda esta presente. Mas, esta não é uma
fase ilimitada. Ao contrário, é passiva de esgotamento. Quando isso acontece,
se instala a Fase de Exaustão, começam a falhar os mecanismos de
adaptação e déficit das reservas de energia. O organismo já não é capaz de
equilibrar-se por si só e sobrevém a falência adaptativa.
E porque padecemos
tanto por males provocados pelo estresse? Por que criamos nossos leões e nossas
cobras, que, imaginários, nos perseguem a todo instante. Lidar com esses
inimigos imaginários e trancafiá-los e o melhor caminho para vencer essas
adversidades.
Um comentário:
Nem spe os dragões e leões são imaginários, mas de qquer forma, trancafiá-los parece ser a melhor solução...até termos calma o suficiente para saber , quem sabe, conviver com eles Lembrando que "se não pudercom o inimigo, juntar-se a ele, talvez seja uma solução...temporária !rsrsrs
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