Isso não
é novidade para ninguém. Somos dois países, dois Brasils. O último Censo do
IBGE de 2010 deixa claro essa evidência. Se entre os brancos a taxa de
analfabetismo é de 5,9%, entre negros e pardos, é de 17,4%. Nosso país, nas
últimas décadas, viveu um dos mais avassaladores processos de urbanização já
ocorrido no mundo: 84,4% dos brasileiros vivem nas cidades e apenas 15,6% deles
estão fixados nas áreas rurais.
São dois Brasils,
um do Litoral e outro do Interior, um das cidades e outro do campo, um dos
brancos e outro dos negros e pardos, um rico e outro pobre.
Como
romper com essas diferenças? Distribuindo melhor a renda, oferecendo melhores
condições de habitação, educação com mais qualidade, oferecendo serviços
resolutivos de saúde pública e ampliando ações de prevenção, recuperação e
reabilitação mais próximas das casas das pessoas.
Não faz
muito tempo, a Presidenta Dilma afirmou que uma das dificuldades para melhorar a saúde publica
no Brasil é o insuficiente número de médicos e sua má distribuição sobre o
território nacional. Para ela, a solução é a interiorização de cursos de
medicina para manter um elevado padrão de qualidade. Mas temos um número de médicos insuficiente para atender
toda a nossa população, como afirma nossa presidenta? Não. A quantidade
de médicos formados e em atividade no Brasil é mais que suficiente.
Segundo a
Organização Mundial de Saúde -OMS, é suficiente uma relação de um médico para
cada 1000 habitantes, e, no Brasil, existe 01 médico para cada 543 habitantes.
Quanto a má distribuição desses médicos, Dilma tem razão, a grande maioria esta
concentrada nas grandes cidades, o que faz com que no Brasil rico exista
excesso desses profissionais enquanto que no Brasil pobre exista sua carência.
Santos, por exemplo, possui um médico para cada 158 habitantes.
O grande
desafio não é o de formar, e mal, mais médicos ou importar profissionais de
formação duvidosa. O desafio é interiorizar o médico já existente por aqui. Por
que a Cidade de Santos tem esse número excessivo de profissionais? É simples.
Eles são atraídos pela pujança econômica do lugar, que, por sua vez, cria
condições favoráveis para que sejam instalados serviços de qualidade que se
prestam à formação de novos profissionais.
São
desafios nada fáceis, mas não vejo outro caminho a percorrer se estivermos
pensando nas próximas gerações e não nas próximas eleições. Estimular a
migração de médicos que falam outra língua, cuja formação profissional não tem
nada a ver com a nossa realidade e oferecer salários irrisórios não pode ser a
melhor opção. Se não é bom para nós, por que seria para o estrangeiro?
4 comentários:
Pelo que tenho me informado, são principalmente as péssimas condições de trabalho apresentadas a estes profissionais que fazem com que se concentrem nas capitais, antes mesmo do salário.
Tem se comentado que estes médicos cubanos importados são cópia de ação já realizada na Venezuela.Além do atendimento, são responsáveis pela dissiminação do socialismo.O que há a dizer sobre ambas afirmações ?
Lúcia, a medicina exige equipe multiprofissional, profissionais de várias especialidades, estudo constante, exames e muita tecnologia. Médico sem recurso vira curandeiro.
Bom dia! como medico venezolana, comparto lo expresado por Lucia. Los medicos cubanos (que en su mayoria no son tales) responde a un programa politico que es adoctrinar para el comunismo a lo castrocubana. Los que si son medicos, lo que desean como objetivo final es ejercer la medicina privada o emigrar. Lamento no poder escribir en portugues. Feliz dia.
Boa noite!
Falo como paciente e acredito que não é a melhor solução, mas é a que
a Presidenta Dilma tem no momento.
Acredito também que a culpa do que está acontecendo, em parte, se deve à categoria que ainda não entendeu que a profissão de médico é como outra qualquer, que outros profissionais também levam anos cursando a universidade, que continuam estudando para se atualizarem e que estão lutando para conseguir um emprego. Está na hora dos médicos decerem do pedestal e se conscientizarem que a população carente também é gente!
Ana Maria.
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