Outro dia li uma matéria muito interessante da jornalista
Renata Spinassi no Jornal Diário do Litoral, um combativo veículo de imprensa
santista. Nele, a jornalista alertava para os problemas do atendimento de
acidentes de trânsito em São Vicente. Hoje, a primeira cidade do país conta
apenas com o Centro de Referência em Emergência e Internação- CREI, também
conhecido por Hospital Municipal, para atender as vítimas deste tipo de
ocorrência.
A área insular de São Vicente tem 10 quilômetros da Rodovia
de Imigrantes em seu território. Já a área continental dispõe de 11 quilômetros
da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega. São 21 quilômetros de estrada, espaço
suficiente para vários acidentes. De acordo com a Ecovias, responsável pelas
duas estradas, estes trechos contabilizam em média 50 colisões por mês. Agora
imaginem um acidente deste, grave, e as pessoas tendo que serem transportados
para o Centro de São Vicente, onde funciona o CREI. Muito tempo que pode ser
decisivo para o atendimento.
Vale lembrar que a Cidade dispõe de prontos socorros nos
bairros da Cidade Náutica, Parque das Bandeiras e Humaitá, todos próximos as
rodovias. Porque não estruturar um atendimento com eficiência nesses lugares?
De janeiro a julho deste ano, segundo a reportagem do Diário
do Litoral, o CREI atendeu 1.213 pacientes vitimas de acidentes de trânsito na
Cidade. Um número elevado.
É interessante ver as declarações dos funcionários do CREI
que mostram que o espaço foi projetado para ser um pronto-socorro e devido às
necessidades do dia a dia foi virando desordenadamente um hospital. Ou seja,
mesmo no melhor local da Cidade, onde há equipes multidisciplinares para estes
atendimentos emergenciais, há demandas reprimidas a serem resolvidas.
Também é triste vermos as declarações dos pacientes,
valorizando os cuidados do médicos no atendimento, mas mostrando claramente a
falta de qualidade do mesmo devido a ausência de condições de trabalho.
No CREI, os especialistas que dão suporte aos atendimentos
emergenciais são os mesmos dos pacientes que aguardam consulta. Com isso,
quando ocorre um grande número de emergências, o atendimento do ambulatório,
que já é crítico, fica deficiente.
Acompanhando na reportagem as justificativas do secretário
de Saúde, não as vejo como suficientes. Um caos de Saúde de 16 anos não se
resolve em 6 meses. Mas também não precisa esperar mais 16 anos pra fazer
alguma coisa não é mesmo? É hora de agir! Afinal, quando alguém sofre um
acidente de trânsito, todo mundo é igual, do pobre ao milionário, do atendido
pelo SUS ao cliente do Sírio Libanês. Vamos investir prefeito Bili?
CONFIRA A MATÉRIA DO DIÁRIO DO LITORAL
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