O Muro de
Berlim esta aqui na Saúde de Santos, erguido em frente à porta da Unidade
Básica de Saúde e Pronto Atendimento Médico do Morro da Nova Cintra. Um muro
que segrega, separa e bloqueia entrada das pessoas para o atendimento. Os
doentes são obrigados a um grande deslocamento para acessar o espaço deste
prédio da Saúde que acaba de completar um ano de vida. As justificativas para o
muro são inúmeras. A calçada estreita que impossibilitava a construção de rampa
de acesso, e segurança são os mais citados. Construir muros e fechar as portas
das Unidades de Saúde é um procedimento de segurança?
Fui conhecer o Muro de Berlim da Saúde Santista com o Padre Valfran do
Morro da Nova Cintra e com o Luiz Cabeça do Movimento Pró Moradia dos Morros
Morro da Nova Cintra e com o Luiz Cabeça do Movimento Pró Moradia dos Morros
A Saúde Pública deve ser organizada de modo a garantir os mais básicos preceitos de cidadania. Está escrito na constituição brasileira: “saúde é um direito de todos e dever do Estado”.
A Unidade
de Saúde do Morro da Nova Cintra não é um exemplo isolado de muros que isolam
nossa população do atendimento de Saúde. Nossos Prontos Socorros estão em
petição de miséria. Sem extintores de incêndio, sem tampa nas latas de lixo,
sem aparelhos de Raio-X, fundamental nos atendimentos de urgência, se for enumerar
tudo falta espaço no texto. Fora tudo isso, as filas se multiplicam.
Com o atendimento básico sobrecarregado, a saída é procurar o Pronto Socorro mais próximo. Um simples corte no dedo como aconteceu com uma pessoa minha amiga há duas semanas na Nova Cintra, teve que mobilizar uma ambulância e o transporte de amigos e familiares ao Pronto Socorro Central para atendimento.
Com o atendimento básico sobrecarregado, a saída é procurar o Pronto Socorro mais próximo. Um simples corte no dedo como aconteceu com uma pessoa minha amiga há duas semanas na Nova Cintra, teve que mobilizar uma ambulância e o transporte de amigos e familiares ao Pronto Socorro Central para atendimento.
Ao
contrário do que costumam dizer, não faltam verbas. O vilão da vez é a
burocracia. Sim, Senhores, tem verba para a construção de Unidades de Pronto
Atendimento, as UPAs, aquisição de ambulâncias, reforma de Unidades,
implantação de programas de saúde, tudo disponível no Ministério da Saúde. Mas,
o grande problema, segundo os gestores da saúde pública em Santos, é a
burocracia pública que emperra os processos de aquisição de material e
equipamentos e contratação de pessoal.
Ora, às
favas a burocracia, estamos falando de vidas que se perdem atrás desta tola
justificativas. Não se trata aqui, da discussão sobre a necessidade de asfaltar
essa ou aquela rua, de construir esse ou aquele viaduto, mas organizar os
serviços de prestação de saúde, que salvam vidas!! Eu disse, salvam vidas!
Se é a
burocracia que impede a tomada de decisão com a brevidade necessária, que o
Prefeito decrete Estado de Calamidade Pública na saúde e desate estes nós de
uma vez por todas.
Não podemos esperar mais a boa vontade dos burocratas de plantão.
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